Roubaram computadores

Computadores – Oficiais da Migração de Moçambique e da África do Sul usam parcialmente o edifício construído em Lebombo, do lado sul-africano, próximo da fronteira de Ressano Garcia, para o controlo de documentos de viagem, só para viajantes que usam autocarro. Parece ensaio de posto de paragem única na fronteira entre os dois países, concebida há mais de 10 anos, mas sul-africanos evitam implementá-la alegando falta de infraestruturas adequadas para servir utentes.

Eles também recusam implementar a decisão de funcionamento da fronteira 24 horas por dia contra as actuais 18 horas.

Entretanto, no edifício partilhado com oficiais moçambicanos da Migração, os moçambicanos não usam computadores. Dizem que os seus computadores foram roubados. Registam números de passaportes ou de outros documentos de viagem num papel.

É uma vergonha. Quem não pergunta fica com a impressão de que Moçambique está atrasado na era das novas tecnologias.

Há cerca de 15 anos tinha informação segundo a qual mais de 800 mil meticais de direitos aduaneiros passavam pela fronteira de Ressano Garcia por dia de e para Moçambique. O apetrechamento da fronteira com equipamentos de tecnologia de ponta para o controlo de movimento de pessoas e bens é essencial.

O roubo de computadores foi mau. É um crime que deve ser investigado rapidamente para o seu esclarecimento, tanto mais que o edifício está no território sul-africano, mas Moçambique não pode ficar à espera de milagre sem colocar outros computadores, porque o controlo manual não garante melhor segurança.

A fragilidade de controlo de viajantes na fronteira de Ressano Garcia tem embaraçado moçambicanos porque sempre são apanhados traficantes de drogas ou de divisas do lado sul-africano provenientes de Moçambique.

Em pleno dia do Natal de 2015 foram apanhados três cidadãos com passaportes moçambicanos na posse de 4.9 milhões de dólares norte-americanos, 22 mil euros e 20 mil randes em dinheiro vivo na fronteira do Lebombo por oficiais policiais e aduaneiros sul-africanos, logo depois de atravessarem a fronteira se Ressano Garcia a caminho de Joanesburgo.

Moçambique estava na véspera da pior crise da sua história despoletada pela descoberta da dívida não revelada pelo Governo de Armando Emílio Guebuza ao Parlamento e precisava desesperadamente de dinheiro.

Mas até hoje o dinheiro ainda não foi repatriado para Moçambique, apesar da solicitação da Procuradoria-Geral da República para que os traficantes de divisas e o seu produto sejam extraditados para Moçambique.

A falta de computadores e o controlo manual de movimento de pessoas e bens na fronteira prejudicam a segurança nacional.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 26 de Junho de 2019, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE

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