Seguranças do Vice-Presidente soltos sob fiança
Contrariando o Ministério Público sul-africano e certos sectores, o Tribunal de Randburg aceitou o pedido de fiança apresentado por oito seguranças do Vice-Presidente, Paul Mashatile, a contas com a justiça após agredirem pessoas na via pública.
Cada um deles vai pagar 10 mil rands (35.617,00 Meticais) de acordo com a decisão anunciada esta terça-feira (1 de Agosto) pelo Tribunal de Randburg. Uma vez restituídos à liberdade, os seis só voltam ao Tribunal no próximo dia 27 de Setembro. Até lá mais investigações e diligências vão ser feitas em torno do caso.
Nos princípios do mês passado, as redes sociais foram inundadas por um vídeo, onde os oito agentes de segurança de Paul Mashatile aparecem a agredir, brutalmente, em plena N1, em Joanesburgo, três indivíduos, que, mais tarde, viria a saber-se tratar-se de militares das Forças Armadas de Defesa da África do Sul.
Inicialmente, os oito agentes foram suspensos das suas actividades na Polícia e, depois, receberam ordem de detenção. São acusados, entre outras, de agressão, dano à propriedade e porte de arma de fogo.
O Tribunal diz que concedeu a liberdade condicional, mediante pagamento de fiança, por não haver riscos de fuga. O Tribunal entende que os oito têm familiares em Gauteng, pelo que há certeza de que vão cumprir as orientações judiciais até à conclusão do julgamento.
Apesar de um dos seguranças ter dito, em Tribunal, que o Vice-Presidente da África do Sul e do Congresso Nacional Africano (ANC) estava num dos carros que eram escoltados pelos seguranças, Paul Mashatile insiste que não esteve perto da zona onde se deram os factos.
A verdade é que os oito seguranças estavam a acompanhar Paul Mashatile, o que pressupõe que o veículo onde estava o Vice-Presidente já tinha passado do local, onde se registaram as cenas de violência gratuita.
Depois das discussões em torno da concessão de fiança, que acabou sendo concedida, espera-se que, a partir de Setembro, comece, de facto, o julgamento para se apurarem as motivações de tamanha violência, protagonizada por elementos da força de elite, que protege altas individualidades da África do Sul.
RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul