Sinais de um povo desesperado
Condenamos todos. Julgamos todos. Violentamos todos e fazemos tudo para apontar o dedo a quem está no fim da fila. A vida obriga-nos a estar do lado do forte para tentarmos nos proteger. Tamanha idiotice!
Há dias fui perguntado se sou socialista ou cristão. Se sou da esquerda ou da direita. Se sou do bem ou do mal e em que eu defendo. Primeiro, procurar em que lado estou é perda de tempo e tentar coagir-me é também cutucar o leão com a vara curtíssima.
Dizer que o verdadeiro cristão sempre defende o fraco, o sugado, o oprimido, o Zé ninguém. Estou do lado do oprimido. Se estar do lado do pobre é ser da esquerda, sou da esquerda. Se defender o povo é ser socialista, então e também sou socialista. Eu sempre defendo o social, tratamento igual, oportunidades iguais e respeito pela dignidade da vida humana.
Quais seriam os sinais de um povo desesperado? Simples dar uma resposta objectiva a esta pergunta. Vá aos mercados, encontrará um saco de batata reno misturada com pedras para aumentar o peso. Ou seja, pobre rouba a outro pobre. Óleo da cozinha misturado com água, pobre aldraba a pobre. Comerciantes vendem telefone e, numa pequena virada do cliente, recebe apenas a capa do celular ou uma pedra do tamanho do celular. Pobre roubando a pobre.
Vá aos hospitais, pobre extorque a pobre nas consultas e na maternidade. Vá às entrevistas de emprego, pobre rouba a pobre com promessa de dar vaga. Este povo não está enxergando o futuro. Um povo desesperado tudo faz para sobreviver. Vá às famílias, ninguém confia em ninguém, tudo virou desconfiança e motivo de afastamento.
Um povo desesperado sempre defende o rico em nome da preservação da vida. Um povo desesperado sempre se humilha diante do rico, prefere viver de refugos que se unir para uma causa comum. Um povo desesperado não tem nada a perder se não olhar para o seu umbigo e por ele se limitar em tudo.
Basta olhar para as enchentes nas religiões e vai concluir o desejo desse povo. Esse povo não busca a Deus, mas o sentido da vida, as respostas de noites não dormidas. Busca um triz de milagre para dar virada à sua vida. Um povo desesperado dá pena e sabe que honestamente não se pode viver. Um povo desesperado é agressivo contra o seu vizinho pobre e manso com quem o escraviza.
Estamos no novo ano. Mentes devem funcionar. Colocar um basta nas investidas do opressor não pode ser visto como afronta, mas dever de cada um e meta a alcançar. Portanto, enquanto lhe restar uma só força, lute pelo futuro do seu filho e netos. Do futuro dos seus bisnetos, seus filhos e netos lutarão.
No ano de 2024, o último número é par, ou seja, todos são pares, daí que devemos andar unidos e em pares para que não admitamos abusos dos gatunos de estimação. Tenha um ano abençoado. Entrámos e não sabemos se saímos bem ou mal, mas o importante é que entrámos.
Este artigo foi publicado intitulado “Solidariedade social” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 03 de Janeiro de 2024, na rubrica OPINIÃO.
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