STAE faz sacanagem
STAE – O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral – é uma verdadeira armadilha que o partido Frelimo montou para provocar conflitos e guerras a seguir às eleições, devido à forma partidária como tem conduzido o seu trabalho de recenseamento e outros procedimentos dos processos eleitorais. Para aqueles que ainda tinham alguma réstia de dúvidas da parcialidade do STAE, tudo pode ficar dissipado com o que fez em Gaza.
No círculo eleitoral de Gaza, o STAE inflacionou 329 mil eleitores fantasmas, quer dizer, em cada 10 eleitores, o STAE aumentou 12 eleitores falsos. São eleitores fantasmas tirados, não se sabendo muito bem de que cartola foram buscá-los. Todos estão interessados em saber de que forma o STAE inventou essas cifras mágicas que minam a credibilidade do processo eleitoral e voltar a colocar a paz num plano inclinado. Para os patrões do STAE os seus interesses económicos estão acima de tudo e de todos e isso faz de Moçambique um país de impunidade e de faz-de-conta, onde se pode cometer todo o tipo de crime e continuar a ser visto como pessoa de bem.
Qualquer mente mediana e inteligente pode muito bem entender e concluir de que o STAE preparou uma grande fraude eleitoral para beneficiar o seu patrão. Isso não é política nenhuma, como alguém pretende julgar, mas é uma constatação prática. É uma conclusão a que se chega, verificadas as premissas. Nada pode justificar que Gaza tenha encaixado, numa só sentada, nove assentos parlamentares falseados. Nenhuma indústria foi erguida naquelas terras que pudesse atrair a deslocação de tanta gente. Nenhum projecto que esteja em curso que pudesse chamar tanta gente para Gaza.
Chegado aqui, só nos resta dizer que foi a intenção de fraude eleitoral e dolosa que pesou para que o STAE chegasse a esses números inimagináveis. A pressa de enganar e ludibriar todo o público não deu tempo ao STAE de pensar mais um pouco nas consequências que a sua atitude pode provocar na sociedade. A postura criminosa do STAE parte do pressuposto de que todos nós somos uns nabos, estúpidos, incapazes de distinguir a arvore da floresta, o peixe do cardume e o bêbado do ébrio, por isso, podem fazer o que bem lhe vai na alma, passando por cima da gente e dos interesses dos moçambicanos.
A CNE – Comissão Nacional de Eleições – que aprovou o recenseamento e a distribuição fraudulenta de mandatos não fica inocente perante a fraude concebida pelo partido Frelimo e materializada pelo STAE. O Conselho Constitucional, sempre igual a si, refugia-se nos procedimentos formais de impugnação prévia, para não ir ao fundo da questão que é um recenseamento fraudulento e a distribuição fraudulenta de mandatos. Eis a questão que deve ser resolvida se se pretende que tenhamos eleições livres, transparentes e pacíficas. Se isso não for resolvido antes do 15 de Outubro, os que já não têm nada a perder poderão perder o controle de si e resultar em violência porque as eleições começaram, elas próprias, por ser violentas. Partem de premissas violentas.
Deixar de fora um milhão e meio de eleitores sem a possibilidade de votar nos partidos e no candidato da sua preferência é a maior violência que uma instituição pode fazer. Dar de bandeja a uma província, neste caso a província de Gaza, nove assentos, com a introdução de 329 eleitores inflacionados, é uma outra violência que não passa despercebida. A violência dos órgãos eleições eleitorais – STAE, CNE e Conselho Constitucional – o povo vai responder, também, com violência da mesma intensidade. Queremos a paz e os processos eleitorais, quando justos e transparentes, podem contribuir para o ambiente de paz e reconciliação.
Não queremos violência para um grupo se manter no poder a qualquer preço. Os processos eleitorais que tem lugar, no nosso país desde a introdução do sistema multipartidário, são, de maneira recorrente, um chamariz para a violência. Ninguém deve ficar admirado com o que vai acontecer depois de 15 de Outubro. Há evidências claras de que teremos uma das eleições mais violentas. Em nenhum outro momento o STAE agiu com tanta impunidade.
O INE – Instituto Nacional de Estatística – é a instituição pública que faz a investigação estatística de dados vitais que o governo utiliza na planificação todas as suas acções distancia-se das conclusões do STAE, que é um órgão dominado por interesses políticos obscuros.
As conclusões são, internacionalmente, aceites por terem uma base científica. Os dados do INE não podem ser rebatidos pelo STAE. O INE não tem por objectivo colocar um partido ou qualquer candidato no lugar nem para mantê-los no pódio.
As suas conclusões não podem ser negadas por um grupo de pessoas por muito sérias que se apresentem.
Quem é o STAE ou CNE para extrapolarem ou duvidarem dos resultados do INE? – Ninguém.
Alguém arregimentado a um partido político afirmar, de modo peremptório, que o INE está errado e o STAE está certo é, no mínimo, uma atitude insensata, que não se deve dar crédito. O STAE até hoje não produziu nada para além de conflitos e guerras.
EDWIN HOUNNOU
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 25 de Julho de 2019, na rubrica semanal denominada MIRADOURO
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