Suazilândia: luso raptado
A Polícia Real da Suazilândia (Royal Swaziland Police) oferece uma recompensa no valor de 10.600 euros a quem tenha informações sobre o desaparecimento do português Almor Oliveira, admitindo que o empresário tenha sido raptado.
A oferta da recompensa foi anunciada por meios de comunicação social do país consultados pela Lusa.
Almor Simões Oliveira, 77 anos, natural de Oliveira do Bairro (distrito de Aveiro), é um empresário do sector industrial que reside há várias décadas na cidade de Matsapha, naquele pequeno país situado entre a África do Sul e Moçambique.
Desapareceu no domingo de Páscoa (16 de Abril) sem que tenha havido mais contactos.
“Não houve qualquer pedido de resgate”, disse à Lusa o cônsul-geral de Portugal em Maputo, Frederico Silva, que acompanha o caso.
Ainda assim, responsáveis pela polícia da Suazilândia têm sido citados a admitir a possibilidade de rapto.
“As marcas de sangue no carro são sinal de que ele lutou com os seus raptores e acabou por ser levado”, referiu o superintendente Clement Sihlongonyane ao portal Times of Swaziland, na terça-feira.
O espelho retrovisor interior estava partido, suspeitando-se de que Almor se tenha agarrado a ele antes de ser levado.
Hoje, o mesmo portal refere que o comissário nacional da polícia, Isaac Magagula, reitera como objectivo recuperar o empresário e levar perante a justiça os autores do rapto.
Ao mesmo tempo, foram lançados alertas para os controlos fronteiriços e a Interpol está também envolvida nas investigações, acrescenta o jornal Swazi Observer.
Amigos de Almor Oliveira contaram ao cônsul honorário de Portugal no país e ao Consulado-Geral de Maputo, Moçambique, que viram o empresário pela última vez na missa pascal.
A polícia da Suazilândia relata que o carro que o português conduzia foi encontrado mais tarde junto a um armazém onde tem obras em curso, no parque industrial de Matsapha.
Depois, deveria juntar-se a um encontro familiar, ao qual já não compareceu, o que motivou as buscas.
Amigos e familiares referiram às entidades consulares portuguesas que o estado de saúde de Almor Oliveira requer medicação regular.
Um grupo de empresários asiáticos reuniu-se na quinta-feira em Matsapha, na sequência do desaparecimento do português e após outros raptos, refere hoje o portal Times of Swaziland.
A reunião, com acusações de ineficácia à polícia, terá servido para juntarem dinheiro e contratarem “um especialista” que consiga acabar com os raptos que se têm sucedido,
Em resposta e citado pelo mesmo portal, o comissário nacional daquela força de segurança considera a acusação infundada e classifica-a como um convite para criminosos passarem a actuar no país.
O desaparecimento de Almor Oliveira tem mobilizado a comunidade local.
Uma vigília pelo empresário foi notícia na capa do jornal Swazi Observer na sexta-feira e há anúncios nas rádios em que se dá conta da recompensa monetária por informações sobre o paradeiro do cidadão português.
Estima-se que a comunidade portuguesa na Suazilândia ronde as 1.300 pessoas.
Redacção