Subida do caudal do rio Incomáti causa destruições
Subida do caudal do rio Incomáti devido a abertura de comportas nas principais barragens dos países vizinhos de Moçambique provocou a destruição de cerca de 800 hectares de culturas diversas no distrito da Manhiça, avançou fonte oficial.
Entre as culturas destruídas, segundo a administradora do distrito da Manhiça, está o milho, mandioca, feijão e batata, prejuízos que vão afectar directamente pelo menos 95 famílias camponesas daquele distrito da província de Maputo.
“Temos estado a orientar as populações para que façam a colheita daquelas culturas que possam ainda estar em condições e também temos orientado as pessoas para que saiam das zonas consideradas de risco”, declarou a administradora do distrito da Manhiça, Maria Fernanda, citada hoje pela Rádio Moçambique.
Na última semana, a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH) alertou para a subida do caudal dos rios Incomáti, Maputo e Umbeluzi (no Sul) devido a descargas na África do Sul e Essuatíni, países que estão a “100% do nível de armazenamento nas grandes barragens”.
O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique posicionou 10 embarcações na província de Maputo para fazer face a uma eventual subida do caudal dos três rios.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e Abril.
Em Novembro deste ano, o INGD anunciou que precisava de 7,4 mil milhões de meticais para a época das chuvas 2022/2023, período em que se prevê que pelo menos 2,2 milhões de pessoas sejam afectadas.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas do Idai e Kenneth, dois dos maiores ciclones de sempre a atingir o país.
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