Terroristas actuam às portas de Pemba

Um grupo de extremistas armados violentos invadiu na manhã desta quarta-feira a comunidade de Pulo, distrito de Metuge, arredores da capital da província moçambicana de Cabo Delgado, Pemba, provocando pelo menos um morto e raptando estudantes, levando alguns residentes à debandada.

O ataque de grupos terroristas que dizem andar à caca de “cristão” começou por volta das 09:00 locais e prolongou-se durante a tarde, tendo como resultado, além da morte, nove alunos raptados da escola secundária local.

“Entraram de manhã, começaram a disparar, mataram um velho que vinha da machamba [campo agrícola] e raptaram um número de nove alunos que saia da escola secundária de Metuge”, disse uma fonte a partir da sede distrital de Metuge, onde se refugiou.

Os estudantes raptados regressavam às suas aldeias, depois das aulas.

“Eles saiam da escola, em direcção a Chauli, outros Nacuta e Pulo, mas não chegaram”, relatou a mesma fonte.

Actuando inclusivamente nas proximidades do centro de abastecimento de água a Pemba e a Metude, os insurgentes incendiaram diversas casas da população, disse um residente.

“Queimaram muitas casas, tudo isso em Pulo e não sei se não chegaram noutras comunidades. Porque Pulo, Nacuta e Ponto A são comunidades próximas”.

As populações de Pulo, Nacuta, Ponto A e Chauli abandonaram, nas últimas horas, as suas comunidades em direcção à sede distrital de Metuge, a sensivelmente 30 quilómetros, onde procuram refúgio, a maioria fugindo com crianças.

“Estão a chegar, a situação é realmente difícil e estão todos com crianças e mulheres grávidas. É triste ver”, lamentou uma fonte a partir de Metuge, onde acolheu familiares da esposa.

A presença das Forças de Defesa e Segurança alimenta agora a expectativa entre os moradores.

“Passaram muitos militares, acho que a situação poderá se normalizar”, disse outra fonte da comunidade.

Após vários meses de relativa normalidade nos distritos afetados pela violência armada em Cabo Delgado, a província tem registado, há algumas semanas, novas movimentações e ataques de grupos rebeldes, que têm limitado a circulação para alguns pontos nas poucas estradas asfaltadas que dão acesso a vários distritos.

O ministro da Defesa Nacional moçambicano, Cristóvão Chume, confirmou em 29 de Fevereiro ataques de insurgentes em quatro distritos da província de Cabo Delgado, mas garantiu que não se trata do “recrudescimento” das actividades terroristas no Norte.

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