Thabo Mbeki alerta
Thabo Mbeki, o antigo presidente da África do Sul e do ANC, diz que perante o actual cenário de desemprego, pobreza, ilegalidades e corrupção o país pode testemunhar protestos antigovernamentais, semelhante à Primavera Árabe de 2010.
Mbeki, que falava, esta quinta-feira (21 de Julho) no memorial em homenagem a recém falecida Secretaria Geral Adjunta do ANC, Jessie Duarte, entende que os sul-africanos estão descontentes com a actual situação.
O antigo presidente receia que “um dia desses teremos a nossa própria versão das primaveras árabes”.
Mbeki recordou que, na Tunísia, tudo começou “quando um vendedor ambulante foi agredido pela polícia que posteriormente destruiu o que ele [vendedor] estava a vender e isso deixou o país furioso”.
Olhando para a situação na África do Sul, Thabo Mbeki alerta que não se pode “ter tantas pessoas desempregadas, tantas pessoas pobres, pessoas enfrentando a ilegalidade, enfrentando a liderança em que as pessoas do ANC são chamadas de corruptas” para depois disparar: “um dia, isto vai explodir”.
Num discurso, pouco habitual, Thabo Mbeki criticou o governo de Cyril Ramaphosa ao dizer que não conseguiu implementar as reformas estruturais, anunciadas pelo actual chefe de estado em Fevereiro passado, quando apresentou o Estado da Nação.
“O camarada presidente Cyril Ramaphosa, quando fez o discurso sobre o Estado da Nação, em Fevereiro, disse que em 100 dias iria ter um pacto social abrangente para resolver esses assuntos. Nada aconteceu, … nada”, criticou Mbeki.
Thabo Mbeki diz claramente que não existem planos para combater a pobreza, as desigualdades e o desemprego. “De facto, o país enfrenta pobreza, desigualdade e desemprego, mas não temos um plano nacional para lidar com essas questões”, enfatizou o segundo presidente negro da África do Sul pós-apartheid.
As críticas de Mbeki surgem numa altura em que o governo de Ramaphosa está sob pressão face ao insustentável custo de vida, motivado pela subida vertiginosa dos preços dos combustíveis.
Em carteira está uma paralisação nacional, em princípio para 24 de Agosto, enquanto sectorialmente os sindicatos estão a pressionar aumentos salariais.
Por outro lado, o governo de Ramaphosa enfrenta o problema da crise de energia, com os sul africanos a vivenciarem constantes cortes de fornecimento.
Ramaphosa promete se dirigir à nação, nos próximos dias, para apresentar um plano concreto de lidar com a crise energética. Por enquanto o presidente diz estar a ouvir várias organizações da sociedade, incluindo sindicatos dos trabalhadores.
RAULINA TAIMO, Correspondente na África do Sul
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