Um aviso à navegação

Um aviso à navegaçãoMal começou o Moçambola/2019 e já há sinais de insatisfação nalguns clubes históricos do futebol nacional (ver Correio da manhã N 5560, págs. 1 e 2).

Mas, vamos por partes:

Logo depois do sorteio da prova, Adelino Xerinda, um dos Vice-Presidentes do Grupo Desportivo de Maputo, disse alto e bom tom que os “Alvi-Negros” iriam ganhar ao Ferroviário de Nacala, alegadamente por ser “uma equipa da província”, mas o “tiro saiu pela culatra”, como se diz em gíria desportiva.

No final do jogo com os “locomotivas” de Nacala, o carismático treinador do Desportivo de Maputo, Artur Semedo, recusou-se a falar à imprensa, em desacordo com o trabalho do quarteto de arbitragem que, alegadamente, terá prejudicado a sua equipa.

Por sua vez, alguns sócios e simpatizantes do Clube Ferroviário de Maputo, digeriram mal a derrota (0-1), diante da Liga Desportiva de Maputo, no Derby/Clássico da primeira jornada do Campeonato Nacional de Futebol da Primeira Divisão, vai daí a contestação em surdina, colocando em causa a competência do jovem treinador dos “locomotivas” da capital do país, Daúdo Razako, que, curiosamente, já passou pela Liga Desportiva de Maputo, como adjunto e mais tarde como treinador principal.

Tanto, o Grupo Desportivo como o Ferroviário de Maputo, deram uma pálida imagem do Torneio de Abertura de Futebol Mavila Boy, mas, na altura desvalorizaram os maus resultados, alegadamente porque o melhor estava guardado para o Moçambola.

Não é pela boca e/ou passado que se ganha

Visivelmente agastado, Daúdo Razako disse no final do jogo com a Liga Desportiva de Maputo, que no futebol não é como as coisas começam, mas sim, como terminam, o mesmo discurso que adoptou aquando da sua passagem pelo Clube do Chibuto.

Recorremos a estes dois exemplos dos muitos que podíamos apontar, para lembrar que, não basta falar em parangonas aos órgãos de comunicação social; não basta o passado histórico e brilhante que um clube possa ter tido no panorama desportivo nacional e internacional para, à partida, pensar que está tudo ganho.

Para além da competência, há que ter humildade e respeitar o trabalho do adversário, que apesar da sua “pequenez”, pode e, como se tem evidenciado, tem argumentos para, em campo, superar algumas adversidades.

É o caso, por exemplo, do Incomáti de Xinavane, que praticamente goleou o gigante Ferroviário da Beira por Três a Um, no “Canavial” de Xinavane; do Ferroviário de Nacala que recuperou de uma desvantagem de Dois a Zero para Três a Dois, ganhando ao histórico Grupo Desportivo de Maputo e da ENH FC de Vilankulos que veio a Maputo impor um empate (1-1) ao “grande” Maxaquene.

A epopeia no futebol já era

A epopeia no futebol já era. Quando se perde deve-se dar mérito ao adversário. Quando um treinador escala mal um “Onze”, ou quando um jogador falha golos certos com a baliza escancarada, deve assumir a responsabilidade e não imputar a culpa aos outros.

No futebol, como em qualquer outra modalidade, umas vezes ganha e outras perde-se, mas, em caso de derrota, há que se olhar para dentro do balneário e reflectir-se profundamente sobre o que não esteve bem para que no jogo seguinte se altere.

Para quem anda no futebol ou noutras modalidades, sabe que treinadores e/ou jogadores que para justificarem rios e rios de dinheiro que ganham, encontram nas arbitragens e incompetências dos outros, o bode expiatório.

MALAMULE MANÉ

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