Violações sexuais
As violações sexuais são práticas recorrentes dos grupos de malfeitores e homens armados mais cruéis que deambulam na face da Terra.
Em diversos pontos do mundo, o recurso a violações sexuais por bandidos tem sido assíduo, mas raramente assumido publicamente pelos seus autores morais e/ou materiais.
Em Moçambique, durante as sucessivas guerras experimentadas nesta pátria maltratada não tem sido excepção o recurso a este crime considerado dos mais traumatizantes, intoleráveis e degradantes de todos os conhecidos.
Os que se digladiavam no teatro das operações durantes as renovadas guerras em Moçambique trocavam acusações sobre quem eram os autores dessas horrorosas práticas, mas o povo sofredor nunca teve evidências de quem, de facto, era o promotor dessa sacanagem.
Mas, como se diz por aí, mais cedo ou mais tarde a verdade vem ao de cima e o caso dos responsáveis morais e/ou materiais das violações sexuais em Moçambique tinha de ficar desvendado, ou deixar pouca/nula margem para dúvidas.
Esta semana o país foi surpreendido por um ruidoso cair de máscara de alguém, por sinal uma deputada, que deve ter passado a infância e/ou adolescência a testemunhar, alegremente, essas práticas e se descontrolou, defendendo, publicamente, que uma compatriota devia ser violada sexualmente por “dez homens fortes cheios de energia”, apenas por ter um pensamento diferente do dela.
Aliás, foi e é justamente esse o mote: pensar diferente, que volta e meia precipita este “maravilhoso povo” da frigideira para a fogueira, através de guerras abertas e/ou acção dos tenebrosos esquadrões da morte.
Pode ser difícil para muitos assumir, mas a verdade é que a sociedade moçambicana sofre, penosa e silenciosamente, de uma grave doença chamada INTOLERÂNCIA.
Por falar em doença chamada INTOLERÂNCIA, mas que não se assume, alguém escutou o célebre programada UMA DATA NA HISTÓRIA, no dia 03 de Maio de 2019, da rádio-mãe? E certamente que alguém tentará nos convencer de que há reconciliação e tolerância neste país.
Para mim, os actos valem mais que as palavras.
O resto é treta.
Os expedientes activados depois da indignação geral contra os desejos/votos da dita deputada, por intermédio de algumas putativas “figura(nte)s públicas”, para tentar fazer acreditar que a sua conta do Facebook, foram um redundante malogro, à nascença.
Infelizmente, a defensora da ideia da violação sexual de uma concidadã, por vestir a roupa que veste e possuir o cartão partidário que possui, continuará a desfilar por estas ruas impunemente, fazendo troça de muitos, como aqueles que são surpreendidos a encher urnas de boletins de votos, aqueles que alega(ra)m que os que buscaram refúgio no Malaui em dado momento não são moçambicanos, e aqueles que ameaça(ra)m jornalistas… para não falar dos membros dos esquadrões da morte, que nem rosto têm.
Péssima sorte calhou para este povo chamado moçambicano, que só de suportar tudo o que suporta merecia ter esse detalhe, que não é de somenos, como componente destacado no Currículo Vitae de cada um.
É que na verdade não é fácil (sobre)viver em Moçambique, principalmente se não pertence, nem se identifica, nem que seja a fingir, com um certo grupo de indivíduos.
REFINALDO CHIENGUE
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 10 de Maio de 2019, na rubrica semanal denominada TIKU 15 !
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