Violência doméstica

Violência doméstica – Não gosto e nunca gostei de violência, mesmo quando era rapaz de cuidar de gato do meu pai na aldeia.

O meu pai, mesmo ausente de casa por motivos de trabalho nas minas de carvão, não queria ouvir falar de pelejas dos seus filhos com outros rapazes na aldeia, apesar de que ele era violento para com as suas esposas, quando estivesse de férias.

A minha mãe sofreu muito nas mãos do velho Tiyani.

O regime do apartheid era cruel, mas não permitia que alguém fizesse justiça pelas próprias mãos. O mesmo acontecia em Moçambique, então colónia portuguesa.

Mineiros que ficavam 18 meses fechados em acampamentos “compound” tornavam-se animais ferozes quando fossem às suas zonas de origem de férias.

Mas a violência doméstica era relativamente reduzida em comparação com os dias de hoje. Homens e mulheres brutalizam-se todos os dias em plena democracia.

Alguns pesquisadores dizem que a pressão da vida caracterizada pelo aumento da pobreza, desemprego e desigualdades sociais faz parte de um pacote de factores do aumento da violência doméstica na África do Sul e em Moçambique.

Estatísticas oficiais da Polícia sul-africana indicam que mais de 42 mil mulheres foram sexualmente violentadas entre 2020/2021.

Em cada três mulheres pelo menos uma reporta ter já sofrido algum tipo de violência física ou sexual.

O homem tornou-se maior inimigo de sua parceira na Terra.

Em Moçambique, a situação também tende a piorar e ninguém consegue explicar os motivos. A pobreza sempre existiu e vai existir por muitas outras dezenas ou centenas de anos.

A corrupção tem estado a construir ninhos sólidos em muitas instituições públicas que geraram desgraça e desemprego.

Angola, Moçambique e Zimbabwe sofrem do mesmo tipo de vírus.

Então, a guerra entre homem e mulher ou vice-versa vai durar mais tempo. Os governos procuram resolver o problema a partir do topo ditando formulas de solução consideradas estranhas nas comunidades com culturas e tradições milenares.

O filme de longa metragem das dívidas não declaradas em Moçambique empurrou muitas famílias para muito abaixo da linha da pobreza. Onde falta pão todos ralham e ninguém tem razão.

A corda arrebenta do lado mais fraco. Numa casa, a mulher e a criança são os lados mais fracos da corda.

O Mundo vai marcar em Dezembro próximo 16 dias de activismo contra a violência doméstica baseada no género.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi intitulado “Violência doméstica”, foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 26 de Novembro de 2021, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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