Visto de viagem para EU

Visto de viagem – Há tratamento desigual para africanos interessados em visitar a Europa comunitária e europeus que pretendem visitar África.

Foi anunciado há duas semanas que africanos interessados em visitar a Europa comunitária vão passar a solicitar visto de viagem com seis meses de antecedência. É um exagero contra africanos.

Geralmente não gosto de servir de correia de transmissão de narrativas políticas de dirigentes ou líderes africanos em relação ao passado entre África e Europa.

Europeus vieram e vem a África sem limitações ou restrições.

No passado, chegaram e abusaram dos africanos, traficando-os como objectos e colonizando-os como animais selvagens.

Sabem que escravatura é crime contra a Humanidade, mas em 2002 recusaram assinar a Declaração na Cimeira de Durban, que descreve a escravatura e o colonialismo como crimes.

Na África do Sul, sul-africanos hostilizam imigrantes de origem africana alegando que ocupam seus postos de trabalho e são ilegais, mas há muitos imigrantes europeus sem documentos legais para fazer negócio ou a viver na África do Sul.

Em Moçambique, acompanhei há dias na fronteira de Ressano Garcia um europeu, por sinal que vinha da Espanha, sem endereço fixo de hospedagem, mas conseguiu visto de turismo de 30 dias.

No entanto, moçambicanos e outros africanos não têm o mesmo tratamento quando pretendem visitar a Europa comunitária.

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, falando para a televisão nacional de Moçambique, reconheceu haver problema de vistos para Europa comunitária, mas remeteu o assunto a um acordo entre os Países de Língua Oficial Portuguesa, a  CPLP, dos quais Portugal faz parte. Disse que os países europeus cumprem regras comunitárias, mas há espaço que pode ser aproveitado pelos países africanos de expressão portuguesa para Portugal.

O estadista luso acredita que na cimeira de Luanda, prevista para Setembro próximo, poderá ser alcançado um acordo de facilitação de mobilidade de africanos que falam português para Portugal.

Mas a questão deve ser considerada em relação a outros mais de mil milhões de africanos e não apenas dos cinco países de língua oficial portuguesa. Europeus têm portas abertas em quase todos os países africanos sem problemas.

Em diplomacia funciona o princípio de reciprocidade. Por que não aplicar o mesmo princípio, ou seja, a facilidade de visto para europeus deve ser a mesma para africanos interessados em visitar Europa?

Centenas de jovens africanos morrem nas águas do Mediterrâneo a caminho da Europa, porque é muito difícil obter visto de viagem para o chamado velho continente.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 22 de Janeiro de 2020, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE

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