1ª sede distrital atacada

Um grupo de 20 homens armados que a Polícia alega serem da Renamo invadiu a vila-sede do distrito de Mopeia, província da Zambézia, no Centro de Moçambique, e ocupou o comando da Polícia durante uma hora, conforme relato feito pelo  administrador local, Vidal Bila.

Citado pela Rádio Moçambique, a normalidade voltou após a partida dos presumíveis  homens da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), depois de um tiroteio de 45 minutos com efectivos da Polícia e a fuga em pânico da população.

A intenção dos homens armados da Renamo era de se apoderarem das armas de fogo da PRM(Polícia da República de Moçambique), mas não conseguiram, porque, estrategicamente, as armas já não ficam armazenadas no comando. Cada agente fica com a sua arma”, afirmou Bila, dando conta da ocorrência da morte de um homem que se encontrava sob custódia policial.

Os atacantes, descreveu o administrador de Mopeia, queimaram uma viatura da Polícia e outra dos serviços de Educação, saquearam a unidade de saúde do distrito, tendo levado medicamentos, lençóis e redes mosquiteiras.

Bila referiu ainda que a sua residência não foi atacada porque deu indicações aos agentes da Polícia que o protegem para não responderem aos homens da Renamo e foi essa a sua “tábua de salvação”.

Ao fim do dia, a normalidade tinha sido devolvida a Mopeia, com o regresso dos habitantes que se tinham colocado em fuga e o comércio voltou a abrir, mas há registo de pelo menos dois óbitos e vários feridos ligeiros na sequência da incursão.

Abordado pelo Correio da manhã, o porta-voz oficial da Renamo, António Muchanga, disse este domingo que não estava a par dos eventos de Mopeia alegadamente ocorridos este sábado, por ter atendido a “três mortes de pessoas conhecidas ao longo do fim-de-semana”.

Quem são esses mortos?,indagámos a Muchanga ao que retorquiu: “São familiares dos meus colegas do parlamento Gania Mussagy, da Renamo, Manuel Chang (da Frelimo) e uma outra pessoa das minhas relações”.

A instabilidade militar tem marcado nos últimos meses a região Centro de Moçambique, com relatos de confrontos entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.

O partido Frelimo revelou sábado que, nos últimos seis meses, 108 membros seus foram assassinados só em Sofala, segundo dados do partido no poder nesta província do Centro do país.

Sobre esta alegação, Muchanga disse não estar interessado em comentá-las: “é complicado, sabe, todas as pessoas que são mortas violentamente nas zunas rurais a responsabilidade é assacada à Renamo e os que morrem brutalmente nas zonas urbanas a responsabilidade é atribuída ao partido Frelimo. É difícil gerir este tipo de siutuações. Prefiro não comentar”.

As autoridades atribuem também à Renamo ataques a unidades de saúde nas últimas semanas e emboscadas nas principais estradas do Centro de Moçambique, onde foram montadas escoltas militares obrigatórias em três troços de duas vias.

A Renamo recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de Ourubro de 2014, ganhas oficialmente pelo partidoFrelimo, e exige governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.

Apesar da frequência de episódios de violência política, as duas partes voltaram ao diálogo em Maputo, mas o processo negocial foi suspenso até ao regresso dos mediadores internacionais, previsto para 8 de Agosto.

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