Reestruturação nas FADM

Reestruturação nas FADMEstá em curso um processo de reestruturação nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), gerido de forma confidencial, a cargo do Almirante Joaquim Mangrasse, para efeito mandatado pelo Presidente da República e Comandante-em-chefe destas, Filipe Jacinto Nyusi.

As movimentações internas nas FADM pretendem sobretudo reduzir o grau de desconfiança das tropas estrangeiras na fiabilidade do exército moçambicano em matéria de protecção da informação partilhada com os restantes países.
Entre as mudanças em curso constam o esvaziamento do Estado Maior de um conjunto de oficiais superiores do Exército sem atribuições concretas e que são considerados “elementos de instabilidade” na instituição militar.

Segundo apurado pela publicação Africa Monitor Intelligence, alguns generais e coronéis dos três ramos foram “convidados” a passar à reserva. Os lugares ocupados por estes generais serão desempenhados por oficiais de patente inferior, através de graduações temporárias em função do cargo exercido.
Mangrasse está, de acordo com a mesma fonte, também focar-se nas repartições financeiras (intendência) e logísticas (construções) do Exército, Marinha e Força Aérea, onde várias chefias estão a ser afastadas, sob acusação de má gestão e desvio de dinheiro público.
A celeridade tem sido uma das apostas de Joaquim Mangrasse, que antes de ser incumbido das novas funções conhecia já do antecedente a situação no Estado Maior General das FADM, enquanto chefe da Casa militar do Presidente da República durante quase seis anos.

Nessa urgência, o pano de fundo é a situação em Cabo Delgado, que funciona como uma necessidade para as mexidas nas cúpulas dos Estados-maiores.

Um grupo de comandantes militares já havia pressionado Nyusi no sentido de aceitar a ajuda militar externa, face à incapacidade das FADM em resistir aos avanços dos grupos armados insurgentes.
Têm igualmente corrido nos bastidores denúncias de fugas de informações dos quadros do Estado Maior General que, intencionalmente ou não, têm servido os propósitos dos grupos armados de inspiração islâmica activos no Norte de Moçambique, antecipando as movimentações das FADM e unidades especiais de polícia (UIR/PRM) no terreno.

O almirante Joaquim Mangrasse, actual chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), está a utilizar a emergência da segurança no Norte para “limpar” muitos dos generais do “sistema” e “desburocratizar” as FADM devido ao excesso de militares em funções administrativas – à semelhança do seu próprio percurso – colocando-os nos quartéis.
A mesma publicação refere ainda que as reacções surgidas são ainda reportadas como “ténues” e o CEMGFADM, manteve a guarda pessoal que tinha quando exercia funções na Casa Militar do Presidente da República. 

As movimentações nas FADM surgem na altura em que as tropas estrangeiras começam a chegar maciçamente a Cabo Delgado, primeiro com o contingente do Ruanda (Rwanda Defense Forces/ RDF) em 09 de Julho deste 2021, composto por cerca de 1.000 elementos, seguindo-se o contingente da África do Sul, cujos primeiros militares desembarcaram em 19 deste Julho.

A participação sul-africana (https://redactormz.com/o-numero-de-militares/) enquadra-se na força regional da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) –  Standby Force -, comandada pelo general sul-africano Xolani Mankayi (Redactor N° 6117, págs. 1 e 2).

Em 26 deste Julho, chegou também o contingente militar do Botsuana (Botswana Defense ForceBDF), composto por cerca 300 militares do Exército (Redactor N° 6119, págs. 1 e 2).

Botsuana e também Angola (https://redactormz.com/o-custo-da-missao/) integram a missão conjunta da SADC, comandada pela África do Sul.
A missão da SADC responsável pelo relatório técnico sobre o qual se baseou a proposta de intervenção em Cabo Delgado passa pelo envio de meios e tropas em apoio naval, aéreo, terrestre e logístico, considerado demasiado dispendioso para o orçamento da SADC, incluindo dois navios-patrulha, um submarino, um avião de vigilância marítima, 2 UAV’s, seis helicópteros e quatro aviões de transporte de pessoal.

O número de tropas sugerido, que se mantém válido, será de 3.000 militares, com contributo de vários países membros.

A cumprir-se o proposto, Cabo Delgado contará com 4.000 soldados de elite da SADC e Ruanda no curto prazo.
O contingente da SADC e as forças do Ruanda irão actuar com as FADM a partir do Teatro Operacional Norte (TON), situado em Mueda, e do recém-criado Teatro Operacional Especial de Afungi que tem por missão exclusiva a defesa do DUAT dedicado ao “site” de gás natural liderado pela multinacional francesa Total (Área 1) e que ficará a cargo das tropas ruandesas e das forças de fuzileiros das FADM que já aí se encontravam. (Reestruturação nas FADM)
Redactor

Este artigo intitulado “Reestruturação nas FADM” foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 30 de Julho de 2021.

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