Frelimo “preocupado” com episódios violentos em KZN
A Comissão Política do partido governamental em Moçambique (Frelimo), solidariza-se com as vítimas de ataques a viaturas na África do Sul e pede aos governos dos dois países medidas que garantam segurança na circulação.
“A Comissão Política manifestou preocupação sobre a ocorrência de incêndios de viaturas de cidadãos moçambicanos na República da África do Sul e apela ao Governo a continuar a trabalhar com a contraparte sul-africana”, lê-se no comunicado final da reunião de desta quarta-feira do órgão.
O trabalho conjunto deve visar “o esclarecimento dos casos e a adopção de medidas com vista a prevenir situações idênticas”, acrescentou.
“A Comissão Política solidariza-se com as famílias afectadas por estas acções de malfeitores”, concluiu.
Alguns sectores em Moçambique defendem a adopção, por Maputo, de medidas mais “enérgicas” em reacção aos maus tratados sucessivamente infligidos a moçambicanos na África do Sul.
Pelo menos seis veículos moçambicanos, incluindo um autocarro e um camião, foram queimados por assaltantes desde a última semana na estrada R22, entre Hluhluwe e Mbazwane, África do Sul.
O troço, a cerca de 90 quilómetros da fronteira com Moçambique, faz parte da ligação usada por vários transportadores entre Maputo e Durban, na província de KwaZulu-Natal (KZN).
Algumas das vítimas relataram que foram apeadas sob a ameaça de grupos armados que, de seguida, atearam o fogo aos veículos.
Os ataques surgiram depois de comunidades locais daquela zona de KZN se queixarem de vários roubos de veículos alegadamente contrabandeados para Moçambique e que têm passado impunes.
“Fazer a lei com as vossas próprias mãos, incendiando veículos, só vai agravar o problema”, explicou o comissário nacional da polícia sul-africana, Fannie Masemola, num encontro com a população na terça-feira (Redactor N° 6497, págs. 1 e 2).
A South African Police Service (SAPS) anunciou um reforço para “reprimir os sindicatos de roubo de veículos que estão a aterrorizar as comunidades” numa acção conjunta com as autoridades moçambicanas.
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, descreveu na segunda-feira como “complicada” a situação provocada pelos ataques, assegurando esforços entre os governos dos dois países para acabar com a insegurança.
Na terça-feira, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO, principal partido da oposição) considerou “repugnantes” os ataques, exigindo aos dois governos acções coordenadas para o fim da insegurança.
Redactor