IDE em Moçambique mais do que duplicou no 3.º trimestre

O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Moçambique mais do que duplicou no terceiro trimestre, para o equivalente a USD 701,5 milhões, face ao anterior, segundo dados do banco central compilados hoje pela Lusa.

Este desempenho compara com os USD 460,1 milhões de Janeiro a Março e os USD 360,2 milhões de Abril a Junho, de acordo com um relatório estatístico do Banco de Moçambique com dados dos três primeiros trimestres de 2023.

Do total de IDE garantido por Moçambique no terceiro trimestre, USD 497,9 milhões correspondem aos denominados “Grandes Projetos”, da área do gás e minas.

O Governo moçambicano estima que o IDE no país deverá mais do que triplicar no próximo ano, impulsionado pelos negócios de exploração do gás natural, para o equivalente a 4.537 milhões de euros, segundo a proposta orçamental para 2024.

Nos documentos de suporte à proposta do Plano Económico e Social do Orçamento do Estado (PESOE) para 2024, o Governo aponta para um crescimento do IDE de USD 1.425 milhões, na estimativa para este ano, para USD 4.778 milhões no próximo.

Apesar do aumento de 235%, a captação de IDE para Moçambique ainda não deverá recuperar no próximo ano das quedas de 2022 – USD 1.975 milhões – e 2023, “devido ao desinvestimento realizado por empresas da indústria do carvão mineral”, tendo em conta o pico de mais de USD 5.101 milhões de investimento estrangeiro captado em 2021.

“No que concerne ao IDE para 2024, perspetiva-se uma melhoria, influenciada maioritariamente pela retoma dos investimentos da TotalEnergies na Bacia do Rovuma”, lê-se no relatório.

No relatório do PESOE para 2024 o Governo estima um “incremento assinalável de importações de serviços especializados por parte dos grandes projetos” em curso no país, além da “retoma da operação por parte da TotalEnergies”, projecto da multinacional francesa em Cabo Delgado, avaliado em mais de 20 mil milhões de dólares norte-americanos e suspenso desde o início dos ataques terroristas naquela província do norte do país.

Também espera a expansão de “plantas de produção de outros projectos, como a Montepuez Ruby Minning, HCB [Hidroelétrica de Cahora Bassa] e Coral North FLNG”, que “poderão demandar um aumento considerável das importações de bens e serviços, que poderá superar o aumento que se espera das exportações, com o início da exploração do gás natural.

O Governo moçambicano prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresce 5,5% no próximo ano – contra a previsão de 7% em 2023 – para 1,536 biliões (milhões de milhões) de meticais (mais de 22.720 milhões de euros), uma taxa de inflação de 7% e exportações no valor de USD 9.703 milhões.

Redactor

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