Africanos sem estratégia

Africanos sem estratégia  – Pobreza ou falta de visão colectiva. A maioria dos africanos amantes de futebol foi privada de assistir à exibição das selecções dos seus países no Campeonato Africano de Futebol, terminado Domingo nos Camarões, no qual Senegal sagrou-se campeão, pela primeira vez, derrotando os veteranos faraónicos das pirâmides.

A maior competição masculina continental em futebol realiza-se bienalmente desde 1968, 10 anos depois da sua criação em 1957.

Entretanto, nos últimos anos, os direitos de transmissão televisiva do desporto de massas foram apropriados por mercantilistas egoístas africanos com conivência de europeus.

Os direitos passaram a ser mercadoria lucrativa para grandes companhias europeias, cobrando avultadas somas de dinheiro para televisões africanas poderem transmitir jogos do campeonato.

Muitos países africanos não têm condições financeiras para pagarem a factura milionária dos direitos de transmissão, sendo que as suas populações amantes de futebol ficam privadas de acompanharem à exibição das suas equipas no campeonato.

Uma vez, o líder líbio Muammar Khadafi salvou a ansiedade dos africanos, com o pagamento total da factura dos direitos de transmissão televisiva da maior competição futebolística africana.

Khadafi foi assassinado em Outubro de 2011 durante a chamada primavera árabe que assolou países da região do Magreb.

Sem ninguém para pagar a factura, os países africanos não têm acesso aos jogos realizados por suas selecções de futebol.

Habituados a receber apoios externos para financiar tudo, os líderes africanos não têm visão colectiva de resolver o problema.

Bienalmente, o campeonato africano de futebol decorre longe dos olhares dos amantes da modalidade desportiva de massas.

Os mais prejudicados são aqueles que não têm condições para pagar plataformas fechadas de sinal de televisão, como DSTV.

Os “pobres” são a maioria no continente africano, incluindo a minha aldeia.

Os líderes africanos devem estar ainda à espera de conferência de doadores samaritanos em Paris, Londres, Washington ou Beijing para darem dinheiro a ser inscrito nos orçamentos dos seus respectivos países para pagamento de facturas de direitos de transmissão televisiva de campeonatos africanos de futebol.

As lideranças africanas devem definir o destino de África sem depender de europeus, chineses ou americanos samaritanos.

O futebol é verdadeiro ópio do povo. O Senegal parou literalmente segunda-feira para receber a sua selecção nacional de futebol que conquistou a primeira taça do campeonato africano da modalidade nas competições realizadas nos Camarões.

Nenhum comício político nos últimos anos conseguiu juntar um mar de gente como se viu nas ruas e prédios residenciais na cidade de Dakar, capital senegalesa.

O Presidente do Senegal concedeu tolerância de ponto de 24 horas para permitir que o povo pudesse receber euforicamente o canecão.

O treinador da seleção é um senegalês que trabalha há oito anos com o combinado ora vencedor. Trata-se de um feito raro em África, onde as federações de futebol confiam mais em treinadores extra-africanos em relação aos seus próprios cidadãos. (Africanos sem estratégia)

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi intitulado “Africanos sem estratégia para estimular futebol”, foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 09 de Fevereiro de 2022, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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