Será indispensável este modelo de campanha eleitoral?

É que, em ambientes decentes, entende-se por campanha eleitoral o período por excelência reservado aos concorrentes para se apresentarem e difundirem os seus manifestos junto dos potenciais eleitores, no âmbito da busca de votos, coisa muito longe do que desde o passado dia 27 deste mês estamos a assistir nas 65 autarquias locais que vão a votos a 11 de Outubro deste 2023 em Moçambique.

É que cá entre nós a campanha eleitoral mais se assemelha a um momento em que um bando de adolescentes mimados, tresloucados e desordeiros escapou do controlo dos seus progenitores e/ou encarregados.

No caso vertente, a dita campanha eleitoral, em menos de três dias, gerou esfaqueados, agredidos pura e simplesmente, ofendidos moral e psicologicamente e, para apimentar ainda mais, oficialmente há perto de uma dezena de detidos, pessoas que fazem diferença nas suas famílias.

E chamam a isso de campanha eleitoral, num país onde amiúde se fala de processos eleitorais fraudulentos e que sempre descambaram em violência mortífera e destruições de bens privados e públicos.

Dos poucos que entendem e toleram o pensar diferente. Nota DEZ

Enquanto os protagonistas políticos nacionais não evidenciarem uma verdadeira maturidade, não seria de bom tom se eliminar a componente desfile, afixação anárquica de propaganda eleitoral e se privilegiar, somente, o recurso aos contactos restritos em recintos fechados, porta-a-porta e a meios de comunicação clássicos e redes sociais, que são relativamente menos teatrais, pouco arriscados e baratos, mas com foco?

Nesta modalidade, a difusão dos manifestos – se bem que muitos deles são nitidamente irrealistas – seria mais consistente e devidamente direccionada, em vez da palhaçada gratuita que, no caso em marcha, nos vão intrigar por longos 15 dias.

Mas, provavelmente, os que podem decidir sobre isto vão dar razão ao economista John Kenneth Galbraith (1908-2006) que um dia disse que as reuniões são indispensáveis quando não se quer decidir nada. Aqui, bastaria apenas adaptar a frase para as campanhas eleitorais moçambicanas no actual modelo são indispensáveis quando não se quer atingir o eleitorado, mas gerar confusão.

É que é difícil não estarrecer perante tamanhas zaragatas protagonizadas por adultos devidamente ataviados e com discursos aprimorados, apenas para chinês ouvir!

A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! (Os actos valem mais que as palavras!)  Digo/escrevo isto porque ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 29 de Setembro de 2023, na rubrica TIKU 15.

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