Coragem procura-se

Coragem procura-se – África tem muitos desafios ou problemas: pobreza, doenças endémicas, analfabetismo, instabilidade política e corrupção generalizada só para citar alguns.

A solução destes e de outros problemas ou desafios exige coragem e determinação das lideranças africanas como aconteceu com os libertadores contra o colonialismo.

Mas ao que tudo indica, há falta de coragem e medo para enfrentar corajosamente os problemas e os problemáticos em forma de bajuladores e corruptos.

Enquanto escrevia este artigo recebi uma mensagem de WhatsAap vindo de Maputo cuja autoria foi atribuída a Samora Machel Júnior, denunciando a cobardia dos seus camaradas na abordagem corajosa dos problemas ou desafios que afectam o país durante a recente sessão do Comité Central da Frelimo realizada na Matola.

A mensagem tirou-me quase todas as palavras que me motivaram a escrever este artigo.

Pensara que o discurso de encerramento da sessão apresentado pelo presidente Filipe Jacinto Nyusi omitira aspectos relevantes dos debates havidos à porta fechada na sessão.

A mensagem de WhatsAap tirou-me a dúvida, isto é, os membros do Comité Central da Frelimo juntaram-se apenas para tomar chá e bater papo, evitando denunciar as causas do elevado custo de vida que sufoca os moçambicanos.

Nyusi falou da crise económica global que causou a queda dos preços de mercadorias no mercado internacional como se Moçambique dependesse basicamente de exportações de mercadorias.

O líder da Frelimo deu a entender que esta é a verdade dos factos constatada pelos membros do Comité Central.

Nyusi não disse que Moçambique está sob sanções financeiras internacionais. Os doadores fecharam as bolsas de apoio financeiro a Moçambique por causa das dívidas escondidas ao Parlamento pelo governo de Armando Guebuza assumidas pelo executivo de Filipe Jacinto Nyusi. Não tenho memória de o país ter sido punido pelos doadores desta forma no passado.

Filipe Nyusi e os seus camaradas do Comité Central não tiveram a coragem de denunciar os bajuladores e os corruptos que beneficiaram de dois mil milhões de dólares norte-americanos.

Na noite anterior à produção deste artigo, acompanhei uma notícia seca na TVM dizendo que o filho do antigo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, está sob investigação em Angola por causa de 500 milhões de dólares norte-americanos ilicitamente transferidos para um banco na Europa.

Aqui na África do Sul, de onde escrevo, foi marcada a data do início de julgamento do antigo presidente Jacob Zuma, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e burla, entre outras.

Um jornalista da Agência Africana de Notícias (ANA) disse-me que o governo zimbabueano recuperou 500 milhões de dólares norte-americanos devolvidos voluntariamente por indivíduos e companhias que pilharam o dinheiro do Estado durante o governo de Robert Mugabe.

A devolução voluntária foi solicitada pelo governo de Emerson Mnangagwa que promete tomar medidas judiciais contra ladrões e publicou a lista de indivíduos que não respeitaram o prazo de 90 dias de graça.

Em Moçambique e noutros países africanos procura-se a coragem das lideranças.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 28 de Março de 2018, na rubrica semanal O Rancor do Pobre

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