Corrupção afunda SADC

Corrupção – A região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), tem 16 estados membros, incluindo África do Sul, Moçambique e Zimbabwe, com uma população estimada em 220 milhões de habitantes.

Na África do Sul, o país mais industrializado da região e do continente africano, a situação financeira das empresas públicas é considerada caótica por causa da corrupção.

Empresas tais como linhas aéreas SAA, Eskom, SABC, Denel, só para citar algumas, estão mergulhadas em profundos oceanos de dívidas no mercado.

A Eskom, empresa pública de distribuição de electricidade, foi sugada por interesses privados da família Gupta para a qual drenava rios de dinheiro público no reinado de Jacob Zuma. Agora sem alternativa, a empresa optou por fazer cortes rotativos de energia eléctrica aos consumidores (vide Correio da manhã Nº 5463, págs. 1 e 2).

Quase todos os dias há cortes que duram entre quatro a cinco em cada zona, afectando consumidores domésticos, unidades sanitárias, negócios e semáforos, tribunais e muitas outras instituições.

A SABC, corporação de radiodifusão da África do Sul, com cinco canais de televisão e 19 estacões de rádio, não escapou. A corporação diz que não tem dinheiro para pagar salários aos mais de três mil funcionários.

Quatro administradores demitiram semana passada.

No Zimbabwe, a falta de liquidez ou dinheiro vivo nos bancos herdada do reinado do idoso governante Robert Gabriel Mugabe afundou o país que já foi considerado celeiro da região.

As bombas de combustíveis estão secas porque os proprietários não têm dinheiro para pagar importações.

Em Moçambique, LAM e a mCel são algumas das empresas públicas mergulhadas em poços de dívidas no mercado.

A dívida contratada à revelia do Parlamento no reinado de Armando Emílio Guebuza exacerbou a situação financeira.

Nos ministérios, o pagamento de salário é irregular desorganizando as relações de famílias com provedores de diversos tipos de serviços.

Moçambique figura no topo da lista dos países com dívida pública mais elevada na região da SADC.

Segundo Hung Tran, Director-geral do Instituto Internacional de Finanças, 40 por cento de 15 países africanos de baixa-renda estão na zona de aflição de dívida. Nos primeiros seis está Moçambique e Zimbabwe.

Face à grave situação, questiona-se o papel de monitoria das contas públicas pelos representantes públicos: deputados.

O futuro das próximas duas gerações foi hipotecado por governantes que fizeram da corrupção sua carreira profissional na gestão dos recursos públicos.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 12 de Dezembro de 2018 na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE

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