Muito vergonhoso!

Muito vergonhoso – O Conselho Constitucional (CC) mandou que as eleições autárquicas,  na Vila de Marromeu, província de Sofala, fossem repetidas, no dia 22 de Novembro por, as primeiras realizadas a 10 de Outubro, terem sido violentas e fraudulentas, porém,  notou-se que estas últimas, em todos os aspectos, foram piores que as anteriores.

Os métodos de fazer fraudes foram, extremamente, sofisticados, deitando por terra toda a credibilidade de um processo eleitoral em que os órgãos são eleitos pelo voto  popular depositado nas urnas e não por esquemas obscuros e violentos.

O que se viu, em Marromeu, é tudo menos eleição onde os órgãos eleitorais – a Comissão Distrital de Eleições e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, supostamente, cumprindo ordens superiores, denegriram o processo.

Os órgãos eleitorais elaboraram editais fantasmas, de modo a satisfazer os desígnios da Frelimo, contrariando os resultados obtidos em contagem paralela feita por jornalistas e observadores. O facto de os órgãos eleitorais terem ignorado, por completo, o apuramento feito nas mesas de voto.

Ficou mais que provado que a Frelimo não está interessada em eleições justas, livres e transparentes onde a vontade popular prevaleça acima dos interesses particulares.

Nesta repetição, os agentes do partido Frelimo – os órgãos  eleitorais, a polícia e o SISE – fizeram aquilo que lhes mandaram fazer: distorcer a vontade do povo.

Os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) foram forjados, numa gritante provocação. A polícia e elementos do SISE perseguiram, intimidaram e até violentaram jornalistas e observadores.

Quando chegou o momento da contagem de votos, na sala não havia nem um pau sequer de giz para contabilizar o apuramento, as máquinas fotográficas e os telefones celulares dos jornalistas e observadores foram confiscados pela polícia  para impedir que captassem imagens e enviassem, cá para fora, os resultados parciais que iam sendo apurados.

O intervalo decretado para que os brigadistas e os delegados de candidatura pudessem ir comer alguma coisa, era, só por si, bastante suspeito e um prelúdio claro de que algo de muito mau havia de acontecer. Nem mesmo nas eleições gerais se decreta tempo para comer!

Os resultados anunciados pela CNE irritaram toda a sociedade moçambicana, incluindo o Conselho Episcopal dos Bispos da Igreja Católica,  por serem falsos e injustos. Qualquer mente mediana poderia concluir que se tratava de um atentado à paz e reconciliação nacional.

A Frelimo ainda pensa como se ainda estivesse no tempo em que era partido de vanguarda da aliança de operários e camponeses. Em nada mudou no seu modus operandi.

A Renamo deveria pensar muito bem se deve entregar as armas nas actuais condições porque o partido Frelimo continua sendo o principal inimigo da paz e usa, ao seu favor, os meios do Estado e instituições públicas para se eternizar no poder, de forma fraudulenta.

Temos dúvidas se vale a pena apelar ao Presidente Filipe Nyusi para fazer respeitar a Constituição porque é o presidente do partido Frelimo, aquele que manda fazer desmandos e violentar a oposição.

Isso equivale a apelar ao carcereiro para não maltratar e manter os prisioneiros enclausurados.

A oposição  tem que encontrar outras vias que não  sejam esperar pela boa vontade de quem manda fazer fraudes.

Edwin Hounnou

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 06 de Dezembro de 2018 na rubrica semanal MIRADOURO

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