Democracia estuprada

Nos últimos anos há três assuntos em destaque: temos a hipertensão que mata lentamente o povo, a diabetes que também faz o seu trabalho silencioso e os estupros que culminam com penetrações forçadas deixando a vítima em sangramento e desespero sem número.

Agora em Moçambique já surge outra modalidade de estupro que alguns media são padrinhos ao relatar dessas vergonhas sociais insistentemente. Falo do escamoteamento da democracia. Da desvalorização do esforço da juventude, da marginalização daqueles que se dizem ser motor desta sociedade. 

A Comissão Política do Comité Central da Frelimo que sentou há semanas na Matola, mostrou de forma clarividente a exclusão da juventude, a intenção de matar a democracia e a pretensão de uns se perpetuarem no poder. Sucede também com a Renamo no seu Conselho Nacional havido no dia 14/04/2024, ao impor regras absurdas e desumanas assim como excludentes. A Renamo e a Frelimo são ambos sapato do mesmo pé. 

Uns estão preocupados em afastar o Samito, outros o Venâncio. Quando a Frelimo pisca à direita, a Renamo vai à esquerda, mas ambos com o mesmo destino. Um preocupa-se em governar o país e o outro alegra-se em ser chamado segundo partido mais votado. 

Como se diz, cada um com o seu pecado. Nessas duas reuniões sem agendas, mostraram de forma absoluta o estupro da democracia. O povo moçambicano está neste momento a sangrar e houve uma penetração forçosa. O relatório médico mostrou o rompimento do hímen do povo moçambicano numa luta de salva e ganha. 

E o que fazer onde a democracia está em coma? Quem a reanimará? Por um lado, a guerra em Cabo Delgado e, por outro, a fome no país. O que se passa para esta horta? Os jovens devem manter-se vigilantes e disciplinados.

Quando se impõem normas excludentes, mostra-se que esses dois partidos não têm nenhum plano com a juventude e muito menos com o país. Não restam dúvidas que estamos sendo mal conduzidos e ainda seremos caso não façamos braço-de-ferro. 

Agora temos a oportunidade de lutar enquanto é dia. Se queremos ver os nossos filhos com futuro melhor, há que lutar no presente. Todo o indivíduo que pensa num futuro melhor deve arduamente lutar pelo presente. A nossa vida não é pelo que temos, mas pelo que somos. 

Se a democracia está estuprada, corramos atrás do estuprador para prendê-lo. Somos um povo unido e determinado. Um povo guerreiro e destemido. Assim, da mesma forma que lutamos para escorraçar os colonos portugueses, lutemos para expulsar os colonos moçambicanos agarrados à pele.

Expulsamos os parasitas. Temos aqui no país peles pretas e mentes brancas. Uns vivem aqui fisicamente, mas dormem mentalmente no exterior. 

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

Este artigo foi publicado foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 18 de Abril de 2024, na rubrica OPINIÃO.

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