Desencanto com revisão

Desencanto com a revisão em baixa dos preços de combustíveis anunciada esta quarta-feira pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique é a reacção dominante.

Efectivamente, esta quarta-feira o Ministério dos Recursos Minerais e Energia moçambicano convidou a media para anunciar a revisão em baixa dos preços dos combustíveis, alegadamente como forma de “ajudar o mercado” a fazer face ao impacto da covid-19 no país.

“É uma medida que visa ajudar o mercado, tendo em conta o contexto actual”, disse Moisés Paulino, o director nacional de combustíveis e hidrocarbonetos no Ministérios dos Recursos Minerais e Energia, em conferência de imprensa.

Com a revisão anunciada esta quarta-feira e que vigora desde a madrugada desta quinta-feira, a gasolina passou de 66,49 meticais para 64,22 meticais e o gasóleo de 63,52 meticais para 60,16 meticais.

O gás de cozinha mantém-se nos actuais 61,23 meticais e igualmente o petróleo – bem muito usado pelas populações mais carenciadas basicamente como meio de iluminação doméstica – nos 48,44 meticais.

“Temos excesso de oferta, não há hipótese de termos crise de combustíveis nos próximos três ou quatro meses”, acrescentou o responsável.

Para alguns, a descida dos preços dos combustíveis agora anunciada em Moçambique está aquém do esperado, tendo em conta o comportamento dos mesmos nas praças internacionais, onde chegou a ser entregue a preços negativos.

“É areia para os nossos olhos isto”, comentou, lacónico, manifestando o seu desencanto, Manuel Ngovene, proprietário de um mini autocarro de transporte de passageiros, vulgo “chapa”.

Também expressando o seu desencanto, Adozinda Mangue, funcionária bancária comentou que “era preferível não terem mexido nos preços”, acrescentando que o que se anunciou esta quarta-feira “até parece um gozo. Sabemos que se chegou a oferecer o barril de petróleo abaixo de zero dólares norte-americanos. Agora como é no que nos apresentam isto (redução)? ”.

Desde segunda-feira, a Bolsa de Londres tem estado a negociar as entregas com preços entre 29 e 31 dólares norte-americanos.

Em Moçambique, há um total acumulado de 107 casos de covid-19 registados pelas autoridades desde que a doença foi declarada pandemia, a 11 de Março, sem registo de mortes e com 35 recuperados.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 292 mil mortos e infectou quase 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,4 mil milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

(Correio da manhã de Moçambique)

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