Detido burlão de documentos

A província nortenha sul-africana de Mpumalanga é um dos primeiros pontos de paragem de emigrantes ilegais moçambicanos a caminho da África do Sul em busca de melhores condições de vida. Aqui, a profissão de burlão é lucrativa, mas arriscada.
Sem documentos de viagem ou de residência permanente na chamada terra do Rand, os emigrantes são facilmente enganados por caçadores de tesouro e/ou dinheiro fácil.
Jeffery Mathumbu foi detido pela Polícia Sul-Africana, na região de Kabokweni, província de Mpumalanga, por venda de Identity Documents (ID’s – o equivalente aos nosso BI’s) – e Certidões de Nascimento falsos sul-africanos a emigrantes moçambicanos e zimbabueanos.
Jeffery foi traído por um cliente ingénuo que após adquirir um ID foi à esquadra da Policia de Kabokweni para autenticar fotocópias do seu documento.
Os agentes da polícia descobriram que o documento original era falso e logo pegaram no portador para mostrar o fornecedor.
O emigrante moçambicano e agentes policiais foram à casa do emissor do documento e descobriram 22 outros documentos e Certidões de Nascimento falsos.
Jeffery Mathumbu foi detido imediatamente na sexta-feira passada (18Nov.2016) e se estreiou perante o tribunal esta segunda-feira. Horas depois foi devolvido às celas enquanto a polícia prossegue na recolha de mais dados para esclarecer as acusações que sobre si pesam.
A Polícia acredita Jeffery Mathumbu tem ligações com um sindicato de produção e venda de documentos falsos a emigrantes com conivência de funcionários do Ministério dos Assuntos Internos responsável pela emissão dos famosos ID’s.
A corrupção no Ministério dos Assuntos Internos da África do Sul é considerada um “cancro” que se alimenta de emigrantes.
Alguns emigrantes moçambicanos já tinham denunciado a existência de uma rede de vendedores de documentos falsos nas comunidades pedindo às autoridades consulares paraemitirem documentos verdadeiros nacionais.
Importa recordar que equipas da Direção Nacional de Migração e da Identificação Civil (de Moçambique) chegaram há cerca de duas semanas à África do Sul e estão a trabalhar nas cinco regiões consulares de Nelspruit, Joanesburgo, Pretoria, Durban e cidade do Cabo.
Mas especialistas em migração dizem que a iniciativa do governo moçambicano não vai acabar com o negócio de documentos falsos sul-africanos, porque emigrantes procuram desesperadamente de documentos de residência permanente na África do Sul.

Thangani wa Tiyani

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