“Firmeza e coragem”

“Firmeza e coragem” – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu hoje “firmeza e coragem” aos dirigentes do país no combate à corrupção, alertando para possíveis intimidações.

“Não podemos assistir passivamente o nosso país a ser catalogado como terra de corrupção, onde todos são corruptos. Tenhamos coragem de confrontar, mesmo com intimidações que se possam sofrer”, disse Nyusi.

O chefe de Estado falava durante a abertura do primeiro Conselho Nacional de Coordenação entre os órgãos executivos de governação descentralizada provincial e setores de nível central.

Segundo o Presidente, em 2020 foram autuados em Moçambique um total de 1.280 processos de corrupção, contra 911 do ano anterior, sendo a província de Nampula, no Norte do país, a que registou o maior número.

Parte dos participantes na reunião

Para Filipe Nyusi, o número “é demasiado alto” e, por isso, pede determinação e firmeza no combate à corrupção, referindo que num conjunto de 180 países avaliados em 2020, Moçambique está na lista dos considerados “altamente corruptos, com 25 pontos”.

“Vão ser intimidados, receber chamadas anónimas ou cartas e mensagens para vos atacar. Fiquem firmes. A corrupção deve ser inimiga de cada um de nós. Não temos outra alternativa, vocês são os dirigentes”, frisou.

O posicionamento do chefe de Estado surge num momento em que Moçambique acompanha o julgamento das chamadas ‘dívidas ocultas’, o maior processo judicial sobre corrupção na história do país, que envolveu altas figuras do Estado, bancos internacionais e estaleiros navais.

Na barra do tribunal estão 19 arguidos, dos quais 12 estão em liberdade provisória e sete aguardam o julgamento em prisão preventiva.

Pelo menos os primeiros dois arguidos a desfilar em sede de tribunal neste julgamento referenciaram por diversas ocasiões o nome do actual chefe de Estado de Moçambique, que à data da contratação das chamadas “dívidas ocultas” era ministro da Defesa.

As ‘dívidas ocultas’ estão relacionadas com empréstimos no valor de USD 2,2 mil milhões, contraídos entre 2013 e 2014 junto das filiais britânicas dos bancos de investimentos Credit Suisse e VTB pelas empresas estatais moçambicanas Proindicus, Ematum e MAM. (“Firmeza e coragem”)

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