Gás lacrimogéneo sobre milhares de manifestantes

Gás lacrimogéneo foi atirado por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) sobre milhares de pessoas que se manifestavam em diversas partes de Moçambique contra os resultados das eleições autárquicas oficialmente anunciados pela Comissão Nacional de Eleição (CNE) esta quinta-feira.

Os manifestantes participavam nas marchas convocadas pelo partido Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO, maior partido na oposição) e tiveram maior destaque nas cidades de Maputo, no Sul do país, Nampula e Nacala (Norte) e Quelimane (Centro).

Em Maputo tudo parecia estar a decorrer normalmente até que os manifestantes foram barrados pela polícia quando eram aproximadamente 11:30, com o posicionamento de vários veículos blindados da PRM e depois pelo lançamento de gás lacrimogéneo, ao que os manifestantes responderam com o arremesso de pedras e outros objectos.

Em conferência de imprensa a PRM admitiu quatro detenções na capital do país, mas a nossa reportagem testemunhou o recolhimento de dezenas de jovens em diversos pontos da cidade de Maputo.

À escala nacional a PRM fala de perto de setenta detenções e um óbito. Há, ainda, relatos de feridos, incluindo um agente da lei e ordem.   

Na quinta-feira Venâncio Mondlane apelou à população para “parar tudo” esta sexta-feira para protestar contra o “homicídio da democracia”, face ao anúncio de vitória eleitoral do partido Frelimo em praticamente todos os municípios do país.

“Paramos com toda a actividade pública e privada [na sexta-feira]”, apelou Venâncio Mondlane, numa mensagem divulgada pouco depois de Carlos Matsinhe, presidente da CNE, ter anunciado, ao final da tarde de quinta-feira, a vitória do partido Frelimo.

Ocorrências similares ocorreram noutras cidades moçambicanas, com destaque para a nortenha de Nampula, onde uma menor foi atingida a bala e equipamento de trabalho da equipa da Rádio e Televisão Encontro foi danificado e efectuadas algumas detenções.

Redactor

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