Gratidômetro

Neste mundo tudo se mede. Temos o cata-vento, aquele aparelho que mede a direcção do vento. Temos o pluviômetro, o termômetro, o oximetro, o estetoscópio e esfigmomanometro. Entre outras medidas. E o gratidômetro, o que seria?

Este aparelho mede o nível de gratidão de um povo em relação ao trabalho dos seus dirigentes. Vamos chamar o povo a medir o nível de satisfação, gratidão para com a governação nos últimos 48 anos. Como será?

Usando a escala de 0 a 10, qual será o valor mais usado? Também avaliaremos o nível de satisfação desse mesmo povo em tudo para entendermos o quanto estão satisfeitos e ou mesmo insatisfeitos. Isso pode ser feito tranquilamente através do gratidômetro. 

Gratidômetro ajuda-nos a tomar decisões para os próximos anos. Essas decisões podem ser avassaladoras ou animadoras. Como é que você se sente representado? Dirigido? Incluso nas oportunidades que saem ou inventam? 

Se tudo dependesse de si, daria mais outros 48 anos ao regime do dia? Ou por aqui paravas como um amor interrompido ainda no auge ou como uma relação em que um dos integrantes fora flagrado mantendo impurezas?

Tem ou não motivo para agradecer? Eu, em particular, quero agradecer a Deus pela vida e por permitir que os meus olhos vissem a miséria generalizada e me permitisse lutar por ela. Sei que a minha luta é invisível, mas um dia virá aí um póstumo. 

Como está a sua vida e a dos seus filhos? Como estão o seu ânimo e o seu sorriso? Orgulha-se de ser dirigido por este regime ou não? Porquê? Verdade ou não, estamos num labirinto enjaulado que não nos permite descobrir a única saída. 

Verdade ou não, estamos incorporados em fantasmas reais cujo teor é fingimento. Quem mais finge tem vida melhor. Feliz é aquele que sabe se posicionar e busca os seus direitos ainda que com medo de ser eliminado na próxima esquina. 

Verdade ou não, estamos cheios de vaselina o corpo todo, faltando apenas o estuprador na sua condição de predador. Verdade ou não, a nossa vida é um verdadeiro holocausto. Verdade ou não, os nossos sonhos continuam molhados até que venha o próximo limpador. E o gratidômetro?

Quando falamos de gratidômetro, estamos falando desse instrumento que nos ajuda a descobrir quem nos atrasa e, por conseguinte, removê-lo. Que nos empurra ao precipício e posteriormente educá-lo. 

Portanto, a corrida para a alegria não passa de autoafirmação e autoafirmar significa saber os seus direitos e buscá-los constantemente. Quem faz tenor deve saber que a sua voz tem esse timbre, não basta inventar. A invenção é uma bússola quebrada. 

O gratidômetro deve desde já ser usado em todos os lugares do nosso país e servir de ponta de lança para marcar golos. Já fizemos por anos autogolos, agora é para meter na baliza do adversário e mostrá-lo que os nossos atacantes estão preparados. Corrida sem meta é um descanso sem cama. 

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

Este artigo foi publicado intitulado “Solidariedade social” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 16 de Janeiro de 2024, na rubrica OPINIÃO.

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