Heróis do teclado

Heróis do teclado – Os consensos alcançados pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, e pelo líder da Renamo, Afonso Marceta Macacho Dhlakama, já depositados na Assembleia da República aguardando debate e aprovação naquela esfera, a acontecer, de facto, em Março próximo, continuam a animar debates em tudo o que é sítio.

Nestes debates, destacam-se os “heróis do teclado”, que se revelam verdadeiros combatentes que têm nos sofás e nas salas bem climatizadas como seus verdadeiros teatros de operações, na sua luta pelo “bem-estar do povo”.

A juntar-se aos “heróis do teclado” avultam igualmente os analistas nos actualmente numerosos canais tv, rádio e jornais, que conseguem ver até que ponto “Dhlakama se deixou enganar pela Frelimo” para com esta estuprar o que se havia conseguido depois do Acordo Geral de Paz (esses mesmos analistas), que essas mentes brilhantes de tão heroica gente já não frisam quem por ele (o AGP) lutou.

São esses bravos combatentes do teclado, da tv, da rádio e outros meios, incluindo as ditas redes sociais, que zombam a moleza evidenciada por Dhlakama que, afirmam, devia ter sido mais resoluto na defesa das suas (de Dhlakama) teses para acautelar os princípios democráticos em Moçambique.

Mas, afinal, porquê, se é que de facto a Frelimo está a guilhotinar a democracia (conquistada com suor e sangue de quem os heróis do teclado parece não se recordarem) deve ser apenas Dhlakama e seus apaniguados militares e políticos mais fiéis, populações das ditas “regiões localizadas de conflito” a dar sempre o corpo às balas, com o resto se refastelando em relaxados ambientes?

Tanta gente que nem é capaz de ganhar coragem para ir à rua para pacificamente reclamar seja lá o que for e que para ficar bem na fotografia vilipendia Dhlakama quando em algum momento berra, e hoje vem dizer que o idoso Marceta está a ser brando!

Curiosamente até facínoras conhecidos por em algum momento terem dirigido massacres de membros da Renamo desarmados, porque hoje desavindos com o partidão, latem, acusando Dhlakama de frouxidão e de compactuar com os camaradas para esfaquear a democracia! Convenhamos.

Não sou a favor da eliminação do voto directo dos edis e até bem gostaria de eleger directamente o governador da província onde estou domiciliado.

Todavia, estou ciente de que desde a proclamação da independência de Moçambique foram os partidos a decidir quem nos governa.

Por isso indicar antes ou depois das eleições quem governa o distrito, o município ou a província tanto faz, desde que se deixe o povo nascer, crescer, produzir, reproduzir e morrer livre e naturalmente.

O resto é o resto.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã,  edição de 16 de Fevereiro 2018 na rubrica semanal TIKU 15!

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