Jacob Zuma corre o risco

Jacob Zuma corre o risco de passar a festa do seu octogésimo aniversário natalício, esta terça-feira, dia 12 de Abril, a aquecer o banco dos réus no Supremo Tribunal de Pietemarutzburg, em KwaZulu-Natal.

É que, deliberadamente ou não, a Justiça sul-africana decidiu chamar Zuma para responder em tribuanl a partir desta segunda-feira, 11 de Abril, no Supremo Tribunal de Pietemarutzburg, em KwaZulu-Natal.

Trata-se do reinicio de uma maratona que teve início em 1999, tudo porque o antigo chefe de Estado da África do Sul é acusado de corrupção.

Todavia, é quase certo que a equipa jurídica de Zuma vai procurar mais um adiamento, baseando-se no velho argumento de que a manutenção do procurador Bill Downer não garante um julgamento justo.

Depois de fracassar em todos os recursos [na base de um pedido especial], a Fundação Jacob Zuma anunciou este domingo (10 de Abril) que o ex-presidente pode abrir um processo particular contra o procurador Downer, acusando-o de parcialidade e de “vazar” informações pertinentes sobre o estado de saúde do antigo estadista sul-africano.

“Por enquanto, o presidente Zuma decidiu que a única maneira de lidar com Downer é através de um processo privado”, disse o porta-voz da Fundação, Mzawenele Manyi, numa conferência de imprensa, este domingo.

De acordo com a Fundação Jacob Zuma a decisão do Ministério Público sul-africano de não processar Billy Downer, ou seja, mantendo o promotor à frente do caso, pode ter precipitado a decisão de Zuma levar o caso para a justiça particular. Ano passado Zuma processou Downer acusando-o de vazar informações sobre o seu estado de saúde.

Para muitos, esta opção de recorrer a uma acusação particular não passa de mais uma táctica de Zuma fazer atrasar este caso que se arrasta por longos anos [Em 2009 pouco antes de Zuma ascender à presidência foram retiradas todas as acusações pelo Ministério Público que as recolocou em 2018].

            A Fundação nega esta tese alegando que “Tudo o que Zuma quer é um julgamento justo e não como este[julgamento]que tem todas as características de estar a ser manipulado pelo estado”, disse Manyi que acrescentou que Zuma pede o adiamento “porque as condições para um julgamento justo não estão evidentes”.

            Espera-se que apoiantes de Zuma se desloquem, esta segunda-feira, para o tribunal de Pietemaritzburg daí que a Fundação “exorta a todos aqueles que o [Zuma] apoiam a serem vigilantes, disciplinados e pacientes e a agirem sempre dentro da lei. Nenhuma pessoa deve fazer justiça com as próprias mãos e não deve haver abuso da autoridade”, disse o porta-voz.

Recentemente o Supremo Tribunal de Apelação chumbou o pedido de Zuma de remover o promotor Billy Downer e a equipa de defesa tinha anunciado a intenção de contactar o presidente deste tribunal. Aparentemente este caminho não oferece garantias a Zuma.

As acusações contra Zuma referem-se a um acordo de armas assinado pela África do Sul, na década de 1990. Na altura Zuma era vice-presidente de Thabo Mbeki. Zuma e a empresa francesa Thales [já se declaram inocentes] são acusados, entre outros crimes, de corrupção, extorsão e lavagem de dinheiro. Supostamente o ex-presidente teria recebido “luvas” de 4 milhões de rands. (Jacob Zuma corre o risco)

RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul

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