Judas Mthethwa morto a tiros na sua residência

Judas Mthethwa – Cresce a onda de consternação e contestação face à atuação da polícia da África do Sul na forma como as autoridades sul-africanas continuam a lidar com o fenómeno de roubo de carros da “terra do Rand” para Moçambique.

Este misto de sentimentos se agravou nos últimos dias, após a morte, na quinta-feira da semana passada (16), a tiros, na sua residência, de Judas Mthethwa, presidente da Umhlabuyalingana Society Against Crime (USAC), uma organização que luta contra o roubo de carros da África do Sul para Moçambique.

Residente na zona de KwaNgwanasse, em Manguze, na província de KwaZulu-Natal, Judas Mthethwa foi morto com vários tiros, muitos deles na testa, depois de ter concedido uma entrevista a um canal de televisão local (1KZNTV), na qual aflorou a eventualidade de a polícia sul-africana estar infiltrada por agentes do crime organizado.

Alguns internautas estão a multiplicar elogios nas redes sociais e na media clássica, rotulando Mthethwa “brilhante cavalheiro que estava a fazer o possível para combater o roubo de carros na área de Manguzi”.

Na zona de Manguze vive uma substancial comunidade de nativos de Moçambique, na sua maioria que para lá emigrou no auge da guerra civil em território moçambicano que se desenrolou entre 1976 e 1992.

Em algum momento as intervenções de Judas Mthethwa levaram o antigo Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, a ordenar a construção de um muro de betão entre a África do Sul e Moçambique na zona de Manguzi para fazer face ao crime desenfreado de contrabando de carros roubados.

“Ele tentou o seu melhor, eles o mataram por isso. É tão triste o que a África do Sul se tornou”, escreveu um outro internauta.

Outros “navegadores” das redes sociais não poupam a chefia da South African Police Service (SAPS) – o equivalente à Polícia da República de Moçambique (PRM), no nosso caso.

“A principal razão pela qual as pessoas temem denunciar crimes é para não colocar as suas vidas em perigo, pois não há garantia da sua segurança. A Polícia está infiltrada. Há tantos idiotas que fazem parte e estão envolvidos no crime que nunca se sabe se essa pessoa é honesta ou criminosa”, escreveu outro internauta.

A própria Direcção suprema do Congresso Nacional Africano (ANC), partido que governa a África do Sul Nas redes sociais os sul-africanos é por alguns associada a esta crescente onda criminal.

“É claro que o ANC está envolvido. Cabe aos sul-africanos lidar ou não com o ANC”, escreveu outro internauta.

“Isso indica que existem sindicatos muito perigosos operando neste país [África do Sul] e uma vez que você começa a interferir em suas operações, você é um homem/mulher morto andando”, sugere outro.

Alguns sul-africanos acreditam que “muitos sindicatos, como contrabandistas de carros, drogas, traficantes de pessoas, contrabandistas de cigarros, roubo de dinheiro” estão envolvidos n o agudizar da insegurança. “Eles não se preocupam com a nossa segurança”, alegam.

Muitos moçambicanos já caíram na teia desta malha criminosa que varre a vizinha África do Sul, na qual pelo menos perto de uma dezena de viaturas com matrícula de Moçambique foram incendiadas, traumatizando e prejudicando em bens muitos nacionais da “Pérola do Índico”.

Esta onda agravou a crispação que obrigou alguns dos transportadores rodoviários moçambicanos que exploram a rota Maputo/Joanesburgo a impedir a entrada de viaturas sul-africanas em Moçambique via Kosi Bay (KwaZulu-Natal)/Ponta do Ouro (Maputo Província), vide Redactor N° 6506, pág. 6).

A interrogação maior que paira nas mentes de muitos, tanto em Moçambique como na África do Sul é: QUEM TERÁ ORDENADO A MORTE DE JUDAS MTHETHWA?

Redactor

https://bit.ly/3Z52YGp

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 23 de Fevereiro de 2022.

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