Mas quem ganhou? E o povo em quem votou?

Até hoje, o povo não sabe exactamente quem realmente ganhou nas eleições autárquicas de 11 de Outubro deste 2023.

Mesmo após a publicação oficial dos resultados finais pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), pela voz do respectivo presidente, o Bispo Dom Carlos Simão Matsinhe, que, me desculpe Deus, deixou ficar muitas dúvidas ao povo acerca do verdadeiro significado de integridade como servo de Deus, quando foi acusado pelo povo de repetir o mesmo acto de Pilatos, descrito em Mateus 27, Versículo 24, onde o governador, Pôncio Pilatos, lavou as suas mãos e entregou um inocente ao sacrifício, mesmo este não tendo cometido nenhum crime.

Pela primeira vez na história das eleições multipartidárias em Moçambique, a maior parte da população questiona mas quem ganhou?

Os resultados anunciados geram contestações em todo lado e marchas de insatisfação sucedem-se, onde vidas vão sendo dizimadas aos poucos, e a Polícia é paga para suprimir/oprimir a vontade de quem votou (o povo).

Como Comissão Nacional de Eleições o papel era que fossem imparciais na publicação dos resultados, mas observamos o contrário, e, diante deste facto, quem poderá socorrer o povo que apenas tem voz e não lhe é dado o poder?

Este é um assunto que está a ganhar contornos alarmantes a nível nacional e internacional, mas eu bem imagino, tudo terminará aqui, num simples texto, numa voz de contestação que, passado um tempo, irá se silenciar. E, desta vez, também, o assunto ficará esquecido, depois de um tempo.

Esse assunto de justiça eleitoral terminará sendo esquecido, porque quem tem a obrigação de fazer algo para tornar o processo mais justo, lhe foi silenciada a voz, e subornado o poder ou ameaçado de certa forma.

Até hoje não sabemos quem ganhou, de facto, porque no dia 11 de Outubro foram reportadas várias maracutaias a favor do partido no poder, que não nos importa citar no momento.

Até na manhã do dia 12 de Outubro, o maior partido na oposição neste país afirmava que já havia resgatado a cidade de Maputo com resultados obtidos através da contagem paralela que indicavam que o partido ganhou de forma esmagadora e sem questionamentos e, passados alguns dias, os dois partidos indicaram que haviam ganho estas eleições autárquicas na cidade de Maputo, algo que confundiu a mente de vários simpatizantes.

Por sua vez, mesmo o partido na oposição afirmando que tem a prova da sua vitória eleitoral, a reviravolta foi a favor do partido no poder, resultados que, mesmo questionados, ainda não apareceu alguém com poder e coragem suficiente de alterá-los.   Esses são assuntos típicos de África, onde a democracia reside no papel e não na realidade.

NOÉMIA MENDES

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 03 de Dezembro de 2023, na rubrica de opinião denominada Geração 2000.

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