Às ordens, chefe!

A causa de injustiças, atropelamento da lei, não respeito à vontade do povo e a democracia invadida são resultantes das ordens do chefe. Dizem os subordinados quando obrigados a cumprir com uma determinada (des)ordem.

Mas quem é o chefe? O chefe é quem manda e os subalternos obedecem, sob o risco de, caso não obedeçam, percam os privilégios que outrora receberam ou foram prometidos.

Moçambique é uma República que a lei afirma ser democrático e onde vigora a liberdade de expressão e ainda é multipartidário. Vivemos actualmente dias tumultuosos, onde a tensão está à flor da pele dos moçambicanos, situação causada por factores políticos.

Sabemos que assuntos concernentes à política são difíceis de lidar comk eles, alguns afirmam que é pela complexidade, pois os políticos têm em mão o destino de um povo. Se um político executa com magnificência as acções em prol do desenvolvimento e o bem do povo, o povo viverá bem, e se mal exercida, o povo viverá em lamúrias e desgraças.

Actualmente, assistimos a marchas organizadas por políticos do partido na oposição que não se sentem satisfeitos com os resultados eleitoras tornados públicos pelos órgãos eleitorais “competentes”, com vista a reaver os resultados, porque os publicados, afirmam que foram grandemente manipulados a favor do partido no poder, e os participantes desses ilícitos eleitorais declaram que apenas cumpriam as ordens superiores.

A questão que fica é: quem são os superiores com influência sobre o povo e a lei, para que ousadamente manipulem os resultados; porque não se explica que um presidente de mesa não queira assinar uma acta, e não justifica que pessoas singulares controlem e acrescentem os votos a favor de um certo partido. Quem explica o corte inexplicável de energia no momento em que decorria a contagem dos votos? E como se explica que os órgãos eleitorais “competentes” apareçam na media e afirmem que o processo decorreu em um clima de paz, se nós sabemos que não? Quem será o chefe que tem na palma da mão a influência sobre a lei e os respectivos funcionários que deviam exercer os seus trabalhos com transparência e ordem?

Até agora gostaria de entender até onde essas marchas vão e no que vão resultar, porque os meus pais aqui em casa dizem que isso não dará em nada, porque o chefe já deu ordens e nada será alterado, é tudo malabarismo.

Agora, sim, é que estou confusa, porque não percebo qual é a função da lei se ela não pode ser aplicada com imparcialidade a todos, e se o chefe é a lei, do que adianta querer algo melhor se o chefe já deu as ordens, de que forma se espera que as coisas mudem, se o chefe já deu as ordens? Diga-me!

Várias vezes as liberdades de expressão e de manifestação são reprimidas com gás lacrimogénio, cães, polícia devidamente equipada e armada, contra o povo, povo este que jurou proteger, porque as ordens do chefe são mais relevantes que o povo e a lei.

NOÉMIA MENDES

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 25 de Outubro de 2023, na rubrica de opinião denominada Geração 2000

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