MDM em Conselho Nacional

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira força política oficialmente mais preferida no país, realiza nos dias 10 e 11 de Maio próximo, na cidade da Beira, mais uma sessão do seu Conselho Nacional, basicamente para desenhar a estratégia para as eleições de Outubro deste 2019.

Ao que o Correio da manhã apurou de fonte do MDM, o encontro deverá formalizar a figura do seu líder e actual edil da cidade da Beira, Daviz Mpepo Simango, como candidato à corrida à Presidência da República de Moçambique.

O nome de Simango como candidato do MDM foi pela primeira ver referenciado em público pelo deputado Silvério Runguana, na semana passada, em plena Assembleia da República, correspondido por uma vibrante salva de palmas pelos restantes deputados do “galo” no Parlamento moçambicano.

Filipe Jacinto Nyusi e Ossufo Momade, dos partidos Frelimo (no poder) e da RENAMO (segundo maior partido) já foram anunciados sem reservas pelas respectivas organizações como candidatos à presidência de Moçambique nas eleições de 15 de Outubro deste 2019.

Ossufo Momade deverá ser confirmado esta segunda-feira no decurso da II sessão ordinária do seu Conselho Nacional a decorrer em Nampula, norte de Moçambique, enquanto que a Frelimo fará o mesmo em relação a Nyusi, na Matola, província de Maputo, sul do país, entre os dias 03 e 05 de Maio.

Analistas acreditam ser pouco provável que a “guerra aberta” entre o actual presidente do partido Frelimo e Samora Machel Júnior (Samito), um dos filhos do primeiro chefe de Estado da República Popular de Moçambique, Samora Moisés Mandande Malengane Machel, impeça o avanço do actual estadista moçambicano para concorrer à sua própria sucessão.

Aliás, oficialmente o “Caso Samito” nem consta da agenda do Comité Central do partido FRELIMO, segundo Caifadine Manasse, secretário para a Comunicação e Imagem do partido dos “libertadores”.

“Não há razão para alarido. O interesse supremo dos membros do Comité Central é cumprir com a agenda aprovada para esta reunião, pelo que o assunto ʽSamitoʼ não é prioridade”, disse Manasse.

O Conselho Nacional do MDM é o órgão deliberativo mais importante do partido fundado em Marco de 2009. À data da sua criação era composto por 60 elementos e realizava duas sessões por ano, cumpridas olimpicamente.

O Segundo Congresso do partido realizada em 2017 em Nampula decidiu elevar a fasquia dos integrantes do Conselho Nacional para 82 membros e reduziu a frequência das sessões de duas para uma por ano.

A avaliar pelo estágio dos acontecimentos políticos em Moçambique fica definitivamente fora de hipótese a criação de uma frente oposicionista única para enfrentar o partido Frelimo e seu candidato, ambiente que favorece francamente o actualmente chamuscado – fundamentalmente por causa do dossiê “dívidas ocultas” e corrupção generalizada -, mas muito bem organizado partido governamental.

“Não importa ir a cama com uma dama apenas por ir a cama com ela. Deve haver, no mínimo, algum sentimento ou complexidade”, ironizou, ao Correio da manhã, um destacado membro do MDM, comentando a ausência de um esforço para uma coligação com a RENAMO.

Por seu turno, um quadro sérnior do partido hoje presidido por Ossufo Momade disse que a sua organização apenas pode se coligar com aquele que possui a “mesma identidade e ideologia”.

“Há coligações que apenas podem contribuir para baralhar os objetivos da RENAMO”, sublinhou a mesma fonte.

Redacção

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