Mitos dos 100 dias

Mitos – A paranoia dos primeiros 100 dias de governação começou na França de Napoleão Bonaparte, em meados da década de 1810.

Consta que 100 dias foi o tempo que Napoleão Bonaparte levou para regressar do exílio e assumir o poder como governante da França e lançar guerra contra exércitos britânico e russo antes da derrota final na batalha de Waterloo.

Napoleão reivindicou o poder em 1815.

Depois de Bonaparte, a paranoia dos 100 dias foi replicada nos Estados Unidos da América em 1933 com a governação de Franklin Roosevelt. A moda pegou e tornou-se marca em quase todos os países, incluindo na África do Sul, onde actualmente resido, e em Moçambique.

Regra geral, a avaliação do impacto dos primeiros 100 dias de governação tem sido polémica.

Dirigentes que completam 100 dias sempre se atribuem nota positiva, enquanto alguns analistas quase sempre desaprovam.

Em Moçambique, o presidente Filipe Nyusi disse que os primeiros 100 dias do seu segundo e último mandato na chefia do Estado (caso não se altere a Constituição) foram positivos e apresentou alguns dados numéricos de obras feitas.

Entretanto, durante os primeiros 100 dias do início do seu segundo mandato, militantes ligados a extremistas islâmicos aumentaram as suas acções militares na província de Cabo Delgado, ocupando temporariamente algumas sedes distritais.

As forças de defesa e segurança mostraram fraqueza no combate aos insurgentes, permitindo que estes tomassem de assalto importantes instalações militares e içassem sua bandeira em Mocímboa da Praia.

Foi durante os primeiros 100 dias que o Conselho de Defesa e Segurança, liderado pelo chefe do Estado, reconheceu aquilo que há muito se sabia que os insurgentes têm rosto islâmico com tentáculos externos. Mais de 50 jovens foram brutalmente assassinados por insurgentes em Cabo Delgado.

Na região centro, guerrilheiros da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, liderada pelo renegado general Mariano Nhongo, atacaram e mataram pessoas inocentes, incluindo o gerente vietnamita de estaleiro de madeira em Manica, no qual queimaram sete camiões. Para Filipe Nyusi, apesar destes incidentes macabros o balanço dos primeiros 100 dias de governação é positivo.

É assim em quase todo o mundo. Políticos são cínicos.

A situação é mais grave nos países em vias de desenvolvimento onde a bajulação aos governantes tornou-se rampa de projecção económica, financeira e social de bajuladores.

Mas o povo não é cego nem surdo.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 29 de Abril de 2020, na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE

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