Mobilidade na CPLP

Mobilidade na CPLP – Esta semana a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) esteve reunida em cimeira de Chefes de Estado e de Governo – a 12ª –, na Ilha do Sal, Cabo Verde, com a mobilidade dos seus cidadãos como mote principal.

A circulação dos cidadãos dos Estados membros da CPLP é em toda a linha desejável, necessária e urgente, por forma a proporcionar uma maior aproximação entre os povos deste bloco internacional de países que até tem suscitado pitoresco interesse (em nele se integrar) de outros países não falantes da língua portuguesa.

Importa referir que a CPLP é um espaço em que os países membros tratam de diversos assuntos de interesse comum e concertam posições em relação a várias questões que preocupam o mundo.

A CPLP tem a particularidade de albergar no seu seio países de diferentes continentes e, por isso, está em condições de acompanhar os diferentes fenómenos de ordem política, económica e social que ocorrem em todo o planeta.

A descontinuidade geográfica que concorre para sublinhar o estatuto de “irmãos desconhecidos” entre os seus cidadãos nem com isso impede que a CPLP se afirme como uma organização capaz de fazer ouvir a sua voz no mundo e de dar contribuições para a solução de muitos problemas que ocorrem à escala planetária.

O conhecimento que cada membro da agremiação tem dos continentes a que pertence é partilhado por todos, o que permite que a CPLP possa abordar os grandes problemas mundiais, no quadro de uma cooperação multilateral, em que todos se respeitam e em que não há pretensões de hegemonia deste ou daquele Estado membro.

A meu ver, o grande “calcanhar de Aquiles” para o escopo que norteou a cimeira do Sal é alguma hipocrisia que caracteriza muitos dos governos/governantes integrantes da CPLP, que pugnam por discursos que pouco ou nada têm a ver com a realidade/postura dos seus regimes/governantes.

Que tal antes de ir se bater pela mobilidade no âmbito da CPLP resolvessem a mobilidade plena no continente africano ou, pelo menos, dispensar excesso de burocracia para movimentar, por exemplo, doentes graves de um ponto para o outro, dentro do continente negro?

Quase todo o cidadão letrado dos países membros da SADC conhece a flâmula da União Europeia, mas o mesmo já não se pode dizer em relação à da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, para não falar do pendão da União Africana.

Escusado alongar o texto porque exemplos no quotidiano são muitos, alguns penosos até.

Tenho dito.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 19 de Julho de 2018 na rubrica semanal TIKU 15!

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