Moçambique visto de fora

Jornais e canais de televisão e de rádio sul-africanos reportam desafios da economia e da paz em Moçambique com optimismo cauteloso e cepticismo.
A África do Sul é um dos cinco maiores investidores estrangeiros em Moçambique. Empresários sul-africanos têm negócios em vários sectores da economia moçambicana, sendo que qualquer alteração da situação política e económica do país interessa à classe empresarial da terceira maior economia do continente africano, depois da Nigéria e do Egipto.O semanário African Independent apresenta dicas de como Moçambique pode evitar cair num precipício. O artigo assinado por Jam Jones aconselha o Governo a tomar medidas para quebrar o passado e avançar para maior transparência.
Segundo o jornal, o desafio essencial de Moçambique é alcançar o passo de crescimento equilibrado e robusto no qual a prioridade deve ser dada ao desenvolvimento dos sectores de trabalho intenso, incluindo agricultura.
O articulista considera que isto é essencial para resolver o crescimento desequilibrado do passado bem como acomodar grandes movimentos internos de trabalhadores nas próximas gerações.
O semanário SundayIndependentreporta a preparação do diálogo entre a Renamo e o Governo visando restabelecer a paz e a estabilidade em Moçambique, num artigo de seis colunas, duas das quais ocupadas pela fotografia de Afonso Dhlakama.
O artigo, assinado por Paul Fauvet, indica que a Renamo fala de paz mas recusa-se a fazer calar as armas. O assunto da tensão político-militar é igualmente abordado pelo AfricanIndependent, reportando que escaramuças podem minar ganhos provenientes das reservas de gás e petróleo.
Entretanto, as cadeias de televisão pública e privada SABC e eNCA, respectivamente, reportaram o recente anúncio do projecto da petroquímica SASOL de pesquisa de petróleo no Sul do país como sendo notícia positiva no meio da profunda crise económica.
O semanário City Press escreve que ainda não há pôr de Sol em Moçambique. Segundo o jornal, apesar da crise da dívida e o abaixamento da credibilidade económica por agências de crédito, investidores sul-africanos decidiram enfrentar a tempestade.
O presidente da Câmara de Comércio África do Sul-Moçambique, David Robbetze, disse ao Correio da manhã que a comunidade de investidores e doadores investiu trabalho, tempo e muito dinheiro em Moçambique e não pode abandonar o país por causa da actual crise.
Robbetze acredita que “em 18 meses ou 2 anos a crise vai passar e o país vai retomar o caminho de estabilidade económica e desenvolvimento”.
O jornal Sunday Times reporta com alguma mistura de optimismo e cepticismo que a crise vai passar, mas a primeira falha de pagamento da dívida de 178 mil dólares norte-americanos em Maio último, exacerbada pela escassez de divisas no mercado, atrofia expectativas de investimento directo estrangeiro.

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