Não ficarão impunes!

Não ficarão impunes! – A extradição, aliás, o regresso triunfal, de Manuel Chang da prisão da África do Sul para Moçambique deita por terra a pequena luz que cintilava no fundo do túnel, transmitindo a esperança de que o combate contra a corrupção estaria bem encaminhado e os corruptos passariam a respeitar as leis e o povo.

Porém, é constrangedor constatar que, mais uma vez, fomos enganados pelo mesmo grupo que, desde a independência nacional, vem roubando ao Estado moçambicano e ao seu povo.

Agora, mais grave do que ontem, os corruptos têm um aliado vizinho – o regime da África do Sul, que, contra todas as expectativas dos, criminosamente, empobrecidos pelas elites político-económicas da Frelimo, decidiu devolver à procedência a “caixa-negra” de todo o processo do calote de 2.250.500 mil dólares norte-americanos.

Com a devolução de Chang, vamos, a seguir, assistir o fim da novela das falsas prisões que tinham por fim iludir os mais distraídos. As celas vão ser escancaradas para libertar os grandes ladrões.

A interrupção da ida de Chang para os Estados Unidos, a fim de ser julgado pelos crimes de que é acusado, não significa vitória dos malfeitores. Ganharam, apenas, uma batalha contra o povo. A luta continua contra os que jogaram o país para a sarjeta e ostracismo internacional.

Os gatunos não conseguirão apanhar sono porque o povo já conhece quem são ladrões do seu futuro. Sabe quem retirou a sua alegria e o sorriso dos seus filhos. Eles são a principal causa da pobreza em que o povo se encontra mergulhado. Não temos estradas praticáveis nem escolas para os nossos meninos. Somos transportados como animais por causa desses gatunos de Chang, capitaneado por Armando Guebuza. Fomos roubados.

Estávamos esperançosos de que, com ao julgamento de Chang nos Estados Unidos, ficaríamos a saber todo o esquema do calote, os implicados e quanto cada um encaixou. Parece que não seja desta vez.

O povo perdeu esta batalha. Não saberá mais nada para além do que o grande público conhece. Queremos destacar que quem decidiu extraditar Chang para Moçambique não foram as autoridades judiciais sul-africanas, que tanto admiramos pelo trabalho isento que fizeram.

Quem decidiu devolver Chang para Moçambique foi o partido Frelimo sul-africano, chamado ANC, manchando, desse modo, o trabalho do tribunal sul-africano, a fim de favorecer o ANC de Moçambique, chamado partido Frelimo, salvando a pele dos gatunos que comprometeram o desenvolvimento socioeconómico do país.

Não ficamos espantados com cruzada do Tribunal Supremo, da Procuradoria-Geral da República da bancada parlamentar da Frelimo de impedir que Chang fosse para os Estados Unidos. O objectivo está atingido – o colega está de volta e o festival da roubalheira vai prosseguir.

O golpe foi arquitectado contra o povo moçambicano por Filipe Nyusi, da África do Sul, e Ciryl Ramaphosa, de Moçambique.

É falsa a informação veiculada pelos seguidores da Frelimo segunda a qual foi o tribunal sul-africano que assim decidiu.

Estamos perplexos com a decisão do ministro sul-africano da Justiça e Serviços Correcionais que, ao invés de entregar o bandido às autoridades norte-americanas, atira a raposa para a capoeira de galinhas.

O ANC prestou um péssimo serviço aos povos moçambicano e sul-africano.

Colocou, acima de tudo, os interesses das elites político-económicas dos dois partidos.

Que o povo não se deixe mergulhar em mar de lágrimas. Tem ainda uma grande chance de punir os ladrões, votando, em massa, em partidos com capacidade de gerir os destinos do país. A Frelimo só olha para os interesses dos seus dirigentes, por isso, usemos o cartão de eleitor para expulsar do poder a gang frelimista.

Depositamos a nossa esperança no governo norte-americano que recorra da decisão das autoridades sul-africanas para travar a palhaçada a fim de que a luz volte a cintilar no fundo do túnel. A festival da roubalheira do bem público tem que terminar!

EDWIN HOUNNOU

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 30 de Maio de 2019, na rubrica semanal denominada MIRADOURO

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