Noite “longa” em Angola

Foi “longa” e de “roer as unhas” a noite da quarta-feira, em Angola, com “todo o mundo” a passá-la “em branco”, aguardando pelos primeiros resultados que, segundo o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, André da Silva Neto, começarão a ser divulgados a partir da manhã de hoje.
Com uma disciplina formidável, os eleitores angolanos passaram uma “batata muito quente” aos gestores dos órgãos eleitorais, que deverão, nas próximas horas, a curto prazo, e/ou nos próximos dias, a médio, demonstrar que estão em sintonia com o nível organizacional e de maturidade evidenciado pelo eleitorado de Angola.
Perfilada em filas modestas,a maioria dos eleitores angolanos começou a votar logo nas primeiras horas da manhã de quarta-feira para a eleição do novo Presidente da República e seu vice e um novo Parlamento.
Importa referir que são eleitos Presidente da República e seu vice o cabeça-de-lista e respectivo imediato da lista mais votada a nível nacional dentre os seis partidos e coligações concorrentes neste quarto pleito eleitoral de Angola.
Praticamente todos os observadores eleitorais estrangeiros teceram rasgados elogios ao comportamento dos eleitores nesta quarta-feira, não obstante um e outro percalço ocorrido.
O grande imbróglio ao longo do dia de votação foi dos eleitores cujos nomes não apareciam nas listas expostas nas vitrinas das assembleias de votação ou saíram em locais muito distantes dos respectivos locais de residência e por isso não puderam exercer o seu direito de cidadania: o voto.
Manuel Ngalo Adriano, docente de 35 anos de idade, natural de Lubango, mas vivendo em Viana, arredores de Luanda, desde 2003, e votou sem problemas nos pleitos eleitorais de 2008 e 2012, era um homem desolado nesta quarta-feira, depois de, debalde, ter passado várias vezes o dedo indicador sobre as listas expostas na vitrina da assembleia n.° 1435 no Centro Comunitário da Juventude, na capital angolana.

Foi “longa” e de “roer as unhas” a noite da quarta-feira, em Angola, com “todo o mundo” a passá-la “em branco”, aguardando pelos primeiros resultados que, segundo o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Agonla, André da Silva Neto, começarão a ser divulgados a partir da manhã de hoje. Com uma disciplina formidável, os eleitores angolanos passaram uma “batata muito quente” aos gestores dos órgãos eleitorais, que deverão, nas próximas horas, a curto prazo, e/ou nos próximos dias, a médio, demonstrar que estão em sintonia com o nível organizacional e de maturidade evidenciado peloeleitorado de Angola. Perfilada em filas modestas,a maioria dos eleitores angolanos começou a votar logo nas primeiras horas da manhã de quarta-feira para a eleição do novo Presidente da República e seu vice e um novo Parlamento. Importa referir que são eleitos Presidente da República e seu vice o cabeça-de-lista e respectivo imediato da lista mais votada a nível nacional dentre os seis partidos ecoligações concorrentes neste quarto pleito eleitoral de Angola. Praticamente todos os observadores eleitorais estrangeirosteceram rasgados elogios ao comportamento dos eleitores nesta quarta-feira, não obstante um e outro percalço ocorrido. O grande imbróglio ao longo do dia de votação foi dos eleitores cujos nomes não apareciam nas listas expostas nas vitrinas das assembleias de votação ou saíram em locais muito distantes dos respectivos locais de residência e por isso não puderam exercer o seu direito de cidadania: o voto. Manuel Ngalo Adriano, docente de 35 anos de idade, natural de Lubango, mas vivendo em Viana, arredores de Luanda, desde 2003, e votou sem problemas nos pleitos eleitorais de 2008 e 2012, era um homem desolado nesta quarta-feira, depois de, debalde, ter passado várias vezes o dedo indicador sobre as listas expostas na vitrina da assembleia n.° 1435 no Centro Comunitário da Juventude, na capital angolana. Quem também passou por algum embaraço é o líder da Aliança Patriótica Nacional (APN), Quintino Moreira, que a custo acabou se desenvencilhando da sua situação eleitoral e votou. Quando passavam das 12.00 horas de Luanda (13.00 horas em Maputo), pouco mais de 80% dos 2000 eleitores inscritos na Assemnbleia de Voto N.° 326, instalada no bairro Coap“B”, em Lembelele, no Viana, já haviam votado e estava a “correr tudo beleza”, de acordo com o presidente daquela assembleia, Jerónimo da Cruz, em declarações ao jornal Correio da manhã. Breve perfil dos concorrentes MPLA – Partido libertador e que governa Angola desde que o país se tornou independente de Portugal em 11 de Novembro de 1975. Muito influente nas grandes cidades, com maior destaque para Luanda, onde se encontra cerca de metade dos aproximadamente 9,3 milhões de potenciais eleitores (quase 2/3 menores de 35 anos). O seu cabeça-de-lista chama-se João Lourenço. UNITA – Partido libertador, muito influente na região central e interior de Angola. Militaremente combateu,durante 27 anos,o governo doMPLA, inicialmente de inspiração comunista e marxista-leninista,desde a independência do país até à morte do seu líder fundador,Jonas Malheiro Savimbi, em Fevereiro de 2002. Hoje é liderada por Isaías Samakuva, seu cabeça-de-lista. CASA-CE– Uma coligação criada por dissidentes da UNITA e que reúne uma panóplia de elementos das mais variadas tendências políticas que alguns analistas até sugerem que seja um “caso de estudo”. É liderada por Abel Chivukuvuku. FNLA–Uma formação partidária histórica. Pioneira no combate contra o colonialismo português, como lendário Holden Robertoà cabeça, mas hoje penosamente enfraquecida, resultado de sucessivas lutas internas. Conserva alguns apoios na nortenha província de Uige e em alguns bairros mais pobres de Luanda. É hoje liderada porLucas Gonda. Completam a lista os minúsculos PRS, de Benedito Daniel, um partido surgido nas eleições de 2008 e com alguma implantação nas diamantíferas Lundas (nordeste) e, finalmente, a novel coligação APN (Quintino Moreira), por alguns analistas apontada como sendo “fantoche a soldo do MPLA” basicamente para “roubar votos à UNITA”. Coincidentemente (se é que em política se pode falar em coincidências), tem uma bandeira com cores (quase) idênticas, incluindo a sua disposição. Como se isso não bastasse, as duas forças aparecem “coladas” no boletim de voto usado esta quarta-feira, com a UNITA em primeiro lugar e a APN em segundo, mais que suficiente para atrapalhar os votantes menos atentos. Na legislação eleitoral angolana não há segunda volta porque é bastante uma maioria relativa para “resolver o problema”, portanto, esta semana haverá indicação de quem governará Angola nos próximos cinco anos. Paira no ar a enorme probabilidade de uma coabitação política em Angola, com um presidente e vice-presidente de um partido que poderá enfrentar um parlamento equilibrado, resultante de eventuais entendimentos pós-eleitorais que poderão resultar numa maioria parlamentar de cores diferentes das do Chefe de Estado e seu adjunto. REFINALDO CHILENGUE, em Angola

Manuel Pinto da Costa, observador internacional

Quem também passou por algum embaraço é o líder da Aliança Patriótica Nacional (APN), Quintino Moreira, que a custo acabou se desenvencilhando da sua situação eleitoral e votou.
Quando passavam das 12.00 horas de Luanda (13.00 horas em Maputo), pouco mais de 80% dos 2000 eleitores inscritos na Assembleia de Voto N.° 326, instalada no bairro Coap“B”, em Lembelele, no Viana, já haviam votado e estava a “correr tudo beleza”, de acordo com o presidente daquela assembleia, Jerónimo da Cruz, em declarações ao jornal Correio da manhã.

Breve perfil dos concorrentes
MPLA – Partido libertador e que governa Angola desde que o país se tornou independente de Portugal em 11 de Novembro de 1975. Muito influente nas grandes cidades, com maior destaque para Luanda, onde se encontra cerca de metade dos aproximadamente 9,3 milhões de potenciais eleitores (quase 2/3 menores de 35 anos). O seu cabeça-de-lista chama-se João Lourenço.
UNITA – Partido libertador, muito influente na região central e interior de Angola. Militarmente combateu,durante 27 anos,o governo do MPLA, inicialmente de inspiração comunista e marxista-leninista,desde a independência do país até à morte do seu líder fundador,Jonas Malheiro Savimbi, em Fevereiro de 2002. Hoje é liderada por Isaías Samakuva, seu cabeça-de-lista.
CASA-CE– Uma coligação criada por dissidentes da UNITA e que reúne uma panóplia de elementos das mais variadas tendências políticas que alguns analistas até sugerem que seja um “caso de estudo”. É liderada por Abel Chivukuvuku.
FNLA–Uma formação partidária histórica. Pioneira no combate contra o colonialismo português, como lendário Holden Roberto à cabeça, mas hoje penosamente enfraquecida, resultado de sucessivas lutas internas. Conserva alguns apoios na nortenha província de Uige e em alguns bairros mais pobres de Luanda. É hoje liderada por Lucas Ngonda.
Completam a lista os minúsculos PRS, de Benedito Daniel, um partido surgido nas eleições de 2008 e com alguma implantação nas diamantíferas Lundas (nordeste) e, finalmente, a novel coligação APN (Quintino Moreira), por alguns analistas apontada como sendo “fantoche a soldo do MPLA” basicamente para “roubar votos à UNITA”. Coincidentemente (se é que em política se pode falar em coincidências), tem uma bandeira com cores (quase) idênticas, incluindo a sua disposição. Como se isso não bastasse, as duas forças aparecem “coladas” no boletim de voto usado esta quarta-feira, com a UNITA em primeiro lugar e a APN em segundo, mais que suficiente para atrapalhar os votantes menos atentos.
Na legislação eleitoral angolana não há segunda volta porque é bastante uma maioria relativa para “resolver o problema”, portanto, esta semana haverá indicação de quem governará Angola nos próximos cinco anos.
Paira no ar a enorme probabilidade de uma coabitação política em Angola, com um presidente e vice-presidente de um partido que poderá enfrentar um parlamento equilibrado, resultante de eventuais entendimentos pós-eleitorais que poderão resultar numa maioria parlamentar de cores diferentes das do Chefe de Estado e seu adjunto.
REFINALDO CHILENGUE, em Angola

 

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