Oposição é incompetente

Parece haver muita incompetência no seio da oposição porque tem demonstrado, de eleição em eleição, uma ineficiência gritante de fazer frente ao regime do partido Frelimo, apesar de todas as fraquezas que apresenta. Os partidos da oposição, a começar pela Renamo que tem a maior responsabilidade de aglutinar, à sua volta, outras forças da oposição para enfrentar a sempre fraudulenta Frelimo.

Não basta à Renamo e ao MDM ostentarem as patentes de partidos da oposição parlamentar, é preciso que provem, com actos e atitudes, que podem derrubar a Frelimo do poder. Não tem nenhuma mais-valia na vida do povo que a Renamo seja o maior partido da oposição e o MDM o terceiro maior partido, em Moçambique,  se isso não trouxer mudanças no quotidiano do cidadão.

A Frelimo não  sabe que a paciência se compara a um elástico que chega ao ponto de rebentar e com consequências, por vezes, muito graves. A Frelimo perdeu as eleições na Matola, Tete, Monapo, Alto Molocué, Moatize, Gurué, Mocuba e em Marromeu foi derrotada por duas vezes. Foi mau o Conselho Constitucional validar os resultados nas autarquias que mencionamos, tendo anulado, apenas, em oito mesas de Marromeu. Repetidas as eleições nessas mesas, os órgãos – STAE e CNE – eleitorais voltaram a fabricar os resultados.

Os resultados eleitorais que  conferem vitória à Frelimo, foram ditados pelo director provincial da comissão eleitoral de Sofala, trazidos do seu partido, que não reflectem, nem de longe nem de perto, o que aconteceu naquelas oito mesas. Sem manobras nem truques, de forma recorrente, a Frelimo voltou a perder Marromeu, mas a fraude impôs-se à vontade do povo que negou a Frelimo, declarando o perdedor como o vencedor.

Jornalistas  independentes presentes em Marromeu dizem que os presidentes de mesa de voto foram instruídos para escreverem os votos no quadro preto, alegando a falta de giz em todas as salas de aulas e exigiram aos MMV’s que assinassem os editais em branco. Isso não foi aceite. Quando essa tentativa foi gorada, o director distrital do STAE irrompeu, acompanhado de um contingente da FIR, tendo recolhido todos os editais. Foram preenchidos à maneira da Frelimo, em lugar desconhecido. A isso chamam de eleições livres, justas e transparentes que o Conselho Constitucional vai proclamar e validar.

A problemática das eleições não será resolvida por alterar a lei eleitoral nem conversar a dois – Frelimo e Renamo – mas passa por organizar a oposição numa frente comum para enfrentar o regime. A  Renamo pensava que se vai vingar por se tratar de, só, oito mesas, a Frelimo jogou uma outra cartada – recolheu os editais em branco, violentou jornalistas, observadores e colocou os resultados que lhe convinham.

Enquanto a Frelimo dominar os órgãos eleitorais e a oposição digladiar-se, nunca teremos eleições livres, justas e transparentes.

A incompetência  da oposição de ultrapassar as suas divergências faz perpetuar a Frelimo no poder de maneira fraudulenta.

Em Marromeu, a Renamo foi bastante incompetente. O resto que se diz por aí é estória de carochinhas.

Edwin Hounnou

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 29 de Novembro de 2018 na rubrica semanal MIRADOURO

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