Zé Du deixou USD biliões

Zé Du – Nunca estive em Angola, mas sempre gostei de actuação de governantes angolanos. Para mim, eles foram sempre decisivos. Quando tentavam implementar o sistema comunista faziam-no com seriedade. Não havia meio termo. Pagaram preço muito caro pela sua decisão.

O mesmo aconteceu em Moçambique, de Samora Machel.

Entretanto, simpatizei-me com algumas ideias de Jonas Savimbi, mas fiquei desiludido com ele quando perdeu as primeiras eleições gerais e presidenciais em 1992.

Savimbi disse mais ou menos que Angola apenas teria democracia genuína só com ele como presidente de Angola. A sua ambição de ser presidente de Angola a todo o custo conduziu-lhe à morte em combate 10 anos depois.

José Eduardo dos Santos geriu o processo de integração e reconciliação das forças militares da UNITA derrotadas com espírito de patriotismo e de inclusão genuína.

Oficiais ou membros da UNITA foram nomeados para cargos de embaixador no estrangeiro ou de dirigentes superiores do governo angolano.

Entretanto, na gestão global de coisa pública a governação de José Eduardo dos Santos foi conotada com excessos de nepotismo. Filhos do presidente foram colocados em cargos estratégicos da economia.

A chegada de novo magistrado superior da nação, na pessoa de João Manuel Gonçalves Lourenço, por sinal com beneplácito de José Eduardo dos Santos, mudou o paradigma de gestão de coisa pública em Angola.

João Lourenço jurou combater a corrupção em Angola sem contemplações. No início do seu mandato disse que apanhou cofres do Estado vazios, implícita referência de que o governo do seu antecessor não tinha deixado dinheiro nos cofres do Estado após 38 anos.

O reformado veterano político dirigente José Eduardo dos Santos sentiu-se acusado e convidou a Media para dizer em voz alta sem aceitar perguntas que quando saiu do poder, após 38 anos, deixou 15 mil milhões de dólares norte-americanos nos cofres do Estado angolano e proposta de orçamento para 2017.

Mas Zé Du não disse quanto dinheiro ganhou em cerca de quatro décadas de sua governação durante a qual a sua filha Isabel tornou-se uma das mulheres mais ricas de África.

João Lourenço não ficou assustado com a reacção irada do seu mentor. Disse que quando declarou guerra contra corrupção em Angola sabia que estava a tocar em ninho de marimbondo, espécie de vespa perigosa.

Para João Lourenço, a vespa pode picar perigosamente uma, duas ou três pessoas, mas não vai desarmar os cerca de 28 milhões de angolanos. A luta continua!

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 28 de Novembro de 2018 na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE

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