Paz entre Renamo e MDM!
Na quinta-feira da semana passada, o porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique, MDM, Sande Carmona, a partir da Beira, apelou à Renamo a fim de parar de aliciar os recém-eleitos membros do galo para a Assembleia Municipal da Matola a fim de “gazetarem” à cerimónia da tomada de posse. A Renamo saiu em sua defesa, através do porta-voz, José Manteigas, no mesmo artigo noticioso, dizendo que o seu partido age em conformidade com a lei.
Essa notícia, nada boa, diga-se em abono da verdade, foi, amplamente, difundida por órgãos de comunicação social interessados nas fúteis quezílias que reinam entre estes dois partidos da oposição.
Carmona acrescentou, ainda, que qualquer passo que a Renamo desejasse dar com MDM, fosse de instituição para instituição, quer dizer, aquele tipo de conversa devia decorrer da Renamo para MDM ou vice-versa e não da Renamo para os visados porque esses são membros do MDM. Agindo de modo contrário, seria um contrassenso.
O MDM ainda se ressente de fugas de seus quadros que passaram para a Renamo por contactos informáveis e à margem das conversações que estavam a decorrer ao nível mais alto das duas formações politicas. Por isso, como gato um escaldado que até pode fugir de água fria, reagiu reprovando a postura da Renamo. Se a Renamo tentou aliciar membros do MDM, é de recomendar para agir desse modo. A informalidade, neste caso, é prejudicial. Nem se fosse a Renamo não fingiria que não estivesse a acontecer nada de ruim.
Tal como na Cidade de Nampula, na segunda da intercalar, em Janeiro deste ano, a Delegação Política da Renamo, ao nível daquela urbe, escreveu uma carta dirigida à sua congénere do MDM, solicitando cooperação na sua disputa com o partido Frelimo. Pensando bem, o MDM apoiou, participou na campanha e apelou, veementemente, aos seus membros, amigos e a todos que, na primeira volta, haviam ficado em casa para depositarem o seu voto na Renamo.
Em consequência desse profícuo entendimento, a Renamo triunfou sobre a Frelimo, para o regalo de toda a oposição, ainda que, à posterior, tenhamos assistido declarações de alguns dirigentes da Renamo pouco abonatórias e de menosprezo. Mas a vitória da Renamo está muito acima desses radicais, orgulhosos e fofoqueiros.
Os membros, amigos e simpatizantes do MDM, em Nampula, disseram sentir-se satisfeitos por não terem deixado a autarquia daquela cidade cair sob as garras da Frelimo. Foi bom para a oposição que deseja ver a Frelimo fora da maior parte dos destinos das autarquias e do país.
Se tivesse havido a humildade e inteligência suficientes ao nível das lideranças da Renamo e MDM para aproximação, as eleições autárquicas de 10 Outubro corrente marcariam o princípio do fim da hegemonia da Frelimo.
Combinada a larga base da Renamo com o inteligente controlo de voto do MDM, o partido teria ficado sufocado, porém, os interesses mesquinhos de alguns têm estado a protelar a permanência ilegítima da Frelimo no poder.
Que a Renamo e o MDM ultrapassem os seus interesses individuais para que o país avance e se desenvolva!
Edwin Hounnou