Quem tem medo?

Quem tem medo?Ficámos a saber nos últimos dias da viagem de Basílio Monteiro, o ministro do Interior, a Lisboa, para ir explicar-se ao mais alto nível sobre o silêncio em torno do rapto de um empresário português ocorrido em Julho de 2016, algures na Gorongosa.

Basílio Monteiro foi a Portugal como enviado do Presidente Filipe Nyusi, para tentar suavizar o mal-estar diplomático que se gerou em torno deste rapto e manteve encontros com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o Primeiro-ministro António Costa, conforme disso deu conta a imprensa lusa, adiantando até que aquele país ofereceu colaboração judicial às autoridades nacionais para a investigação do rapto … “mas obteve apenas uma resposta evasiva”.

Pelo que transpira dos canais oficiosos, suspeita-se que por detrás do “sumiço”  do empresário português está a Renamo, por manter bases armadas na Gorongosa

Existem informações de que quando os raptos despontaram, durante os dias da outra chancelaria, as autoridades da antiga metrópole teriam oferecido apoio técnico e material à Procuradoria-Geral da República (PGR), facto que teria deixado irritadas certas altas patentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), que se sentiam à margem do processo.

Consta até que quadros da Polícia Judiciária (PJ) de Portugal já estiveram no terreno a ensaiar equipamento que permitiria rastrear chamadas telefónicas entre os criminosos, que usam comunicações para exigir resgates milionários.

A pergunta que não se quer calar: se Filipe Nyusi fala regularmente, ao que consta, numa base quase diária, já terá perguntado ao seu “irmãoAfonso Dhlakama se sabe alguma coisa do paradeiro do empresário português?

Esta situação de incerteza e de especulações sobre este rapto em nada ajuda o lado moçambicano. Pelo contrário, adensa a velha tese de que entre os raptores e alguns policiais existe cumplicidade e, derivado disso, há contrapartidas financeiras…

 

Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: Quem tem medo do apoio da PJ de Portugal?

Luís Nhachote

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