R. Manuel: Causas do sinistro

Na pior das hipóteses só em finais de 2019 é que poderá estar disponível o relatório definitivo das causas que resultaram na morte do antigo presidente da Federação Moçambicana dos Transportes (FEMATRO) e da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), o empresário Rogério Manuel, morto num acidente de helicóptero na noite do passado sábado (28Dez18) na região de uKalanga, distrito da Manhiça, província de Maputo, sul de Moçambique.

Esta projecção foi feita domingo a tarde pelo Presidente do Conselho de Administração da Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), comandante João Abreu, durante uma conferência de imprensa marcada por um enorme esforço da fonte em nunca mencionar o nome da única vítima mortal que seguia na aeronave C9HRM, tipo R44 (helicóptero).

“Nós não adiantaremos o nome da vítima porque não sabemos se os respectivos familiares já foram informados da ocorrência ou não. [Revelando o nome do finado] Estaria a desinformar e não a informar e a aumentar a consternação dos familiares do malogrado. Nem vou dizer se era empresário ou não. Apenas sei que era um moçambicano e era piloto”, disse, resoluto.

Abreu detalhou que o aparelho saiu do Aeroporto Internacional de Maputo com destino ao aeródromo da Praia do Bilene, na província de Gaza, um percurso que dura aproximadamente 30 minutos, mas a aeronave perdeu o contacto com a torre de controle cinco minutos após a sua descolagem.

De imediato foram activados os três passos a obedecer em situações similares: incerta, alerta e stress.

A fonte referiu que fracassados os esforços de contactar com o aparelho, ao cabo de 180 minutos foi elaborada uma mensagem de emergência alertando sobre o possível desaparecimento da aeronave que tinha a bordo apenas o comandante de voo.

Este detalhe (número de envolvidos no acidente) veio dissipar as primeiras informações que davam conta de mais dois feridos resultantes do sinistro. Foi por volta da 01h30 minutos de domingo que foram descobertos os destroços do heli e os restos mortais do único ocupante do aparelho que aparentemente “terá baixado excessivamente de altitude e embatido numa das dunas de areia e se partido em dois bocados na zona de uKalanga, na Manhiça”, nas proximidades de um lodge.

Estado em que ficou a aeronave do finado empresário Rogério Manuel
Estado em que ficou a aeronave do finado empresário Rogério Manuel

O comandante Abreu referiu que nos próximos 30 dias será conhecido o relatório preliminar sobre o despenhamento do helicóptero propriedade da empresa EMAPEMO, Lda e que “estava em Moçambique há sensivelmente dois anos e era sempre pilotada por uma mesma pessoa”.

Apesar de todo o esforço da fonte em tocar elementos sensíveis deu para perceber que alguns procedimentos de navegação terão sido desrespeitados, daí a insistência para que haja paciência até a liberação do relatório definitivo que “nestes casos dura aproximadamente 12 meses”.

“Tecnicamente falando há barreiras para certos voos. Em Moçambique não são permitidos voos nocturnos para determinado tipo de aparelhos e pilotos (que estejam para tal certificados).  Só aparelhos e pilotos com capacidade de voar por instrumentos é que podem voar a noite. Quando voa acima de 15 mil pés o piloto deve estar qualificado para voar por instrumentos. Tecnicamente há barreiras sim”, referiu João de Abreu.

“Estamos a trabalhar com os aeroportos de Moçambique porque a aeronave foi autorizada a voar a partir de despachos. Estamos a recolher todos os dados para fazer a devida averiguação (…). A comissão de inquérito vai determinar o que aconteceu”, frisou.

O orador concluiu enfatizando que “para já temos este informe, depois virá o relatório preliminar, e se necessário um intermediário, e por fim o final”

O Correio da manhã sabe que o funeral de Rogério Manuel deverá ocorrer na próxima quinta-feira (03 de Janeiro19) na localidade de Motasse, no distrito de Magude, província de Maputo, terra natal do malogrado.

A anteceder ao funeral haverá velório na Igreja Nossa Senhora das Vitórias, no bairro de Malhangalene, na cidade de Maputo, a 02 de Janeiro de 2019.

Redacção

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