Sim senhor, Pemba

De certeza que não sou o único que tem visto as mudanças na Cidade de Pemba nestes primeiros meses do ano. Acredito que muitos munícipes têm visto as acções que impulsionam as condições da nossa cidade para “Pemba que todos queremos”. Se calhar, alguns preferem calar, talvez para falarem depois porque estamos habituados a elogiar muito tarde. Como é que eu vejo?

Num certo dia do final de semana, logo pelas duas horas da tarde, decidi sair de casa para passear nas artérias do Município de Pemba, a 3ª Maior Baia do Mundo, e a 1ª da África. Só que desta vez não foi um passeio a pé, mas sim, de carro, o qual poder-me-ia possibilitar circular rapidamente em quase toda parte da nossa cidade: desejava confirmar uma informação que ouvia dos meus amigos.

Já tinha acompanhado através de vários amigos de forma inequívoca de que o Município de Pemba estava a mudar para o melhor, isto é, estava a começar a ter um brilho jamais visto em todos os tempos, mas era necessário que saísse para poder evidenciar pessoalmente, de forma taxativa e peremptória.

Assim dei um “start” na viatura (arranquei o carro), saindo de forma vagarosa à Avenida da Marginal. Logo no Ponto-de-encontro, vulgo “Chabane Combo”, onde velhos buracos tinham o hábito de retardar o movimento do meu carro, vi-me a passar sem nenhum buraco.

Continuei andando em direcção à via que dá acesso a Base Naval, mais conhecida por “Marinha” e fiquei admirado com o que vi: as duas faixas da estrada que contornam o antigo Cemitério de Indús (?) estavam alcatroadas. Via-se, portanto, uma estrada brilhante e ligeiramente nova, que poderia até comparar com uma pista de aterragem de aviões, que até dava-me vontade de acelerar a viatura de olhos fechados.

É que há anos aquelas faixas da estrada, em frente das Telecomunicações de Moçambique (no farol), constituíam “micróbios” que provocavam doenças nas viaturas.

Continuei com o passeio desviando-me para a via da Base Naval. O desejo de desviar-me para a esquerda teve uma resistência porque era preciso parar para apreciar a obra de reabilitação da estrada onde os “buracões” já estavam na história e do lado da praia via-se um pequeno murro limitando a erosão costeira.

Comecei a indagar-me não só pelas estradas, mas também pelos locais de depósito de lixo, já esvaziados que de forma sútil e sincera, arremessavam-me a uma alegria inesgotável: que Deus está a trazer esta nova força no Município de Pemba? Não tinha resposta.

Durante aquele passeio decidi ligar o rádio do carro, e calhou que estavam a transmitir em directo, numa estação local, uma partida de futebol em que disputavam as equipas de Baía de Pemba vs Ferroviário de Pemba, também uma nova dinâmica desportiva.

Desviei-me então para a via que vai ao Governo Provincial, curvando à direita na Rotunda do Instituto Industrial e Comercial de Pemba, indo pela Avenida 25 de Setembro, que levou-me até ao Estádio Municipal, onde apenas queria saber de perto que equipa estava a ganhar. Descendo pela rua defronte da loja Galaxy, fiquei surpreso quando vi que aquela estrada estava asfaltada, e mais surpreso fiquei, quando vi que o depósito de lixo daquela área estava vazio e, ao seu redor, limpo.

Desci do carro e entrei no estádio. Mais uma vez, fiquei maravilhado quando vi que o estádio estava também com uma postura diferente, o chão por onde os jogadores pisavam já não era o mesmo, aquele que vi naquele dia era como se estivessem a pisar o chão de um estádio tal igual ao dos europeus ou mesmo dos americanos, se não estiver a exagerar. Fiquei comovido quando vi aquele cenário todo do estádio municipal, onde os jogadores faziam as suas façanhas e malabarismos de forma impressionante. Fiquei a pensar; “se não ganharmos os jogos, parece-me, que já não é o problema do estádio”.

Fiquei comovido ainda, pela forma como os adeptos gritavam e apoiavam às suas equipas, de forma eufórica e de forma calorosa por “Baia de Pemba hoye! ” e “Ferroviário de Pemba hoye!”.

Como queria apenas ver quem estava a ganhar naquela partida onde fiquei sabendo que estavam nos empates, sai para continuar com o passeio e pus-me no volante dirigindo-me à Avenida 25 de Setembro, indo para a zona do Campo 25 de Setembro. Bem atento, continuei a sentir que a estrada estava mesmo sem buracos. Parei na Padaria Zara para poder comprar o pão. Ao sair, aproveitei também comprar algumas bananas, fora, em frente da padaria. Quis levar as bananas, pois queria comer logo que chegasse em casa. Novamente coloquei-me na viatura indo cada vez mais em frente.

Chegado nas instalações comerciais do Osman Yacob, mais concretamente, no cruzamento entre Avenida 25 de Setembro e a Rua que vai à Casa Ana, vi que os buracos estavam “mortos e feito o seu funeral”. Pensei: “que tristeza boa é esta!

Continuei andando e, de repente, reduzi a velocidade pensando que entraria nos buracos que se localizavam em frente da Direcção Provincial dos Antigos Combatentes, mas felizmente pude não encontrar algum buraco se quer.

Contentores de lixo um pouco por toda a cidade de Pemba
Contentores de lixo um pouco por toda a cidade de Pemba

Parei em frente das bombas de gasolina Petromoc (próximo ao Campo 25 de Setembro), esperando que mudasse o sinal do semáforo que estava ainda a vermelho, e naquele local, vi um agente da Polícia Municipal que estava a sensibilizar alguns jovens a não atirar resíduos sólidos no passeio pois, de facto, eles haviam deitado.

Por ver que estava a anoitecer, desviei-me para a via que dá acesso à Praça Paulo Samuel Kankhomba, para poder chegar a casa, e mais uma vez, alegrei-me por ver a estrada que se apresentava toda ela plana, sem buracos e isto inspirava-me a confiança de não preocupar-me em controlar os buracos, mas sim, o movimento das pessoas na rua. Aí, pude ver que o crónico problema de buracos no desvio para o Mercado Mbanguia, nas Artes Makonde, já estava resolvido.

Perto de casa, ligou-me um amigo que saia do Cemitério Municipal de Muxara. Ele apenas queria manifestar a sua alegria ao dizer-me que a cidade estava a tomar um novo rumo e uma nova roupagem e, continuou dizendo-me que a estrada que dá acesso ao Cemitério Municipal, mostrava-se também estável e inspirava-lhe confiança.

Ligou-me também um docente da Faculdade de Engenharia da Unilúrio em Pemba, para partilhar comigo a satisfação de que a estrada que sai da Praia do Wimbe para a Unilúrio, tem estado a receber intervenção do Conselho Municipal, e que sempre que passa com a sua viatura, nota dificilmente a existência de buraquinhos. Comentou também sobre o início da circulação de transportes públicos para a maior parte dos pontos da Cidade, o que significa uma grande mudança.

Chegado a casa, conclui que de facto o Município de Pemba está tendo uma mudança indescritível dirigida pelo edil Florete Simba Motarua que está fazendo com que este município, na minha forma ver, concorra para um dos mais limpos do país. Até que atrevo-me a dizer que é o 2º mais limpo do país, depois do primeiro, que o leitor pode indicar.

Conclui também que o Município de Pemba está tendo uma grande mudança e melhoria na questão da segurança pública devido ao trabalho da polícia municipal fazendo com que os munícipes possam caminhar livremente nos passeios e em segurança com esta postura de uma polícia municipal activa, e onde os munícipes podem ter acesso aos transportes públicos nas áreas que antigamente era impossível passar.

Afinal, em menos de 100 dias, é possível acontecerem boas coisas!

Em suma, vejo uma diferença que faz deixar o modelo anterior para trazer um outro modelo de município. Vejo uma mudança sem os sinais de recuar, mas sim com os sinais de avançar. O avanço que estamos a começar a ter, é evidentemente de que estamos a alcançar, “Sim Senhor, Pemba que todos queremos”.

JOEL A. AMBA

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 25 de Abril de 2019, na rubrica reservada à Opinião do leitor.

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