Um parlamento oco

Por anos e mais anos, disseram-nos que o parlamento era um lugar em que o povo estava sendo representado, ecoava a voz do oprimido, legislava para o bem do país. Falo do país, refiro-me à terra, às crianças, ou seja, ao Homem no seu todo. 

Com um pouco de análise vemos um parlamento que representa os seus líderes político partidários, um parlamento parasita que só está montado para dilapidar o pouco que o país tem. Um parlamento que sabe apenas exigir mordomias, regalias e mais regalias. 

Um parlamento que não defende medidas de austeridade numa crise profunda como a que vivemos. Um parlamento que aceita ser fornicado pelo Executivo e sangra sem alguma justiça. Aliás, o nosso parlamento é amante do Executivo e prostituta do judiciário. 

Com a crise humanitária em Moçambique, as falas incoerentes de alguns dirigentes, a insensibilidade de uns, já dava para protocolar um impeachment, sem dúvida. Destituir um governo inoperante não pode ser difícil para um parlamento que se diz servidor ou representante do povo.

Está mais que claro que os nossos parlamentares são um meandro de incompetentes que só estão no parlamento graças ao dedo indicador dos seus líderes partidários. Eles vão ao parlamento com pautas definidas pelos seus partidos e não em defesa do povo. São os primeiros criminosos antes do Executivo ao não defenderem os interesses da nação. 

O povo ainda não tem representantes. Se assim fosse, haveria algo a ser feito para os moçambicanos. Um dirigente que desqualifica a dor do povo, o parlamento nunca o pode deixar livre, sem sanções e vê-lo como figura de destaque. Se o parlamento não pode destituir um governo oco, que o povo destitua o parlamento e os parlamentares, pois eles não estão a par da dor dos moçambicanos. 

Um parlamento que não parla (fala) é um grupo de mudos por escolha e escolher ser mudo quando pode falar é uma ofensa grave. Os nossos parlamentares não parlam porque não querem estragar a sua carreira política, eles vivem e vivem bem. Fazem e desfazem, têm tudo e uns até são barões de drogas cobertos por uma imunidade.

Aos moçambicanos, não resta mais nada a não ser abrir os olhos e se tomar uma atitude para recuperar o pouco que o país tem. Daqui a pouco, os ruandeses tomarão tudo e seremos expulsos da nossa terra. Este país será dividido em poucos anos. Ou assistimos ou lutemos por ele.

Só pelas declarações de alguns dirigentes, vemos que o país foi vendido. Já não somos mais o que sempre fomos (moçambicanos). Queremos manter o país ou assim está bom?

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

Este artigo foi publicado foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 27 de Fevereiro de 2024, na rubrica OPINIÃO.

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