Vamos rotular este país!

Vamos rotular este país!  – maginemos um país onde os que pensam “fora da linha” são ostracizados, perseguidos e em casos extremos feridos e/ou mortos, e ninguém é responsabilizado.

Imaginemos um país onde é vulgar encontrar “valas comuns” ou corpos sem vida e nada de especial acontecer.

Imaginemos um país com uma multiplicidade de crimes, que, se não for de “pilha galinhas”, a Polícia não passa do encalço…

Imaginemos um país onde as campanhas eleitorais são geralmente momentos de escaramuças e não de festa e onde os resultados dos pleitos são eleitorais fontes de confrontos armados brutais.

Africanos maltratando-se, uns aos outros
Africanos maltratando-se, uns aos outros

Imaginemos um país onde o líder da oposição vive “em parte incerta” e os partidos da oposição pouco ou nada oferecem de concreto como potenciais alternativas ao partido governamental.

Imaginemos um país com milhentas de indivíduos com formação académica e profissional, mas desempregados, enquanto um punhado de sortudos acumula funções e cargos.

Imaginemos um país onde os jovens preferem ser devorados por animais selvagens e seviciados por agentes das corporações policiais ou militares dos países vizinhos buscando, por lá, condições relativamente melhores, enquanto filhos de alguns, que nunca trabalharam, se refastelam à grande e à francesa e/ou são proclamados “empresários de sucesso”, para a incredulidade de quase todos.

Imaginemos um país que brutaliza os seus cidadãos e finge sentir quando são maltratados ou mortos além-fronteiras.

Imaginemos um país rico em recursos – falemos apenas de madeira – mas as respectivas crianças estudam sentadas no chão.

Imaginemos um país onde um punhado de venturosos acumula frotas de viaturas topo de gama nas suas mansões enquanto a maioria da população viaja pior que gado para abate e habita em condições precárias.

Imaginemos um país onde o povo não encontra no hospital tratamento condigno enquanto os seus (des)governantes fazem controlo médico nos países vizinhos e tratamento hospitalar nas melhores clínicas da Europa e/ou da Ásia.

Imaginemos um país onde a Constituição consagra o direito à opinião e à manifestação, mas que quem ouse desfrutar desses dispositivos se inscreve na “lista negra” do regime, com as óbvias consequências multifacetadas.

Esqueçamos o safado de Donald Trump e vamos rotular, honestamente, esse país!

REFINALDO CHILENGUE

 Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã,  edição de 19 de Janeiro 2018, na rubrica semanal TIKU 15!.

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