Beneficiado pela covid-19

Apesar da miséria económica colectiva que varre o mundo, uns quantos eleitos têm visto as suas fortunas aumentar com a pandemia da covid-19 e em resultado da mesma. Um deles é Eric Yuan o criador da aplicação de videoconferência Zoom, cuja criação se deve à história de amor da sua vida.

Com 19 anos e separado da namorada por uma viagem de comboio de 10 horas na China, o jovem Eric Yuan pensou em como seria bom ter como carregar num botão e instantaneamente falar com ela e sentir-se próximo.

Hoje, com 51 anos, casado desde os 22 e com três filhos com a mulher que inspirou o Zoom, Yuan vê a sua ideia passar a marca de 200 milhões de usuários e no ranking de terceira app mais descarregada da Applestore.

Escritórios, escolas, universidades, ginásios, partidos políticos, todos se voltam para a aplicação que permite 100 usuários na mesma reunião online, que oferece estabilidade e facilidade de uso e que durante a quarentena e/ou confinamento se tornou o recurso de trabalho à distância de preferência da maioria.

O resultado foi um salto de 77% em bolsa mesmo em cenário de mercados no vermelho e registos com mais de 343 mil downloads num só dia. Desde Dezembro que o uso da aplicação disparou 1,900% e rendeu mais de quatro mil milhões de USD (quase o dobro da tristemente célebre “dívida oculta” que está a deixar Moçambique em taranta).

Eric Yuan, nascido na província chinesa Shandong, mudou-se em 1997 para Silicon Valley, inspirado por Bill Gates, depois de estudar matemática aplicada e engenharia de minas na Universidade de Minas e Tecnologia da China e ingressou na WebEx como codificador.

A empresa foi adquirida pelo conglomerado de tecnologias Cisco System e Yuan chegou a vice-presidente de engenharia, até que em 2011 apresentou à empresa a sua ideia para um systema de videoconferência de fácil uso via smartphone ou computador.

A ideia foi rejeitada porque a Cisco considerou o mercado saturado e Eric Yuan, mesmo contra o conselho da sua mulher, saiu para fundar a Zoom Video Comunications, que apesar do início difícil, sem investidores, fez a aventura e o investimento pessoal valerem a aposta.

Em 2019, a Cisco percebeu o erro de deixar Yuan e a sua ideia fugirem e a Zoom entrou triunfante em bolsa fazendo de Yuan bilionário.

Durante o boom da Zoom, nem tudo foram ‘rosas’ e surgiram problemas de privacidade de dados que levaram a um maior escrutínio da segurança da aplicação e a algumas críticas a que Yuan respondeu com um reconhecimento, pedido de desculpas e rectificação atempada das falhas.

Vencedor de prémios de gestão em 2018, depois de passar por todos os departamentos da companhia que criou e de até responder pessoalmente a clientes insatisfeitos, o CEO da Zoom, que em 2020 passou a ocupar o lugar 192 da lista dos 500 mais ricos do planeta, não se mostra deslumbrado pelo sucesso.

Diz que “o dinheiro não traz felicidade” e que é preciso fazer mais mantendo o motto “trabalhar no duro e manter a humildade” e vê o trabalho à distância a ocupar um lugar cada vez mais importante na vida das empresas.

 (Correio da manhã de Moçambique)

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