Contrabando dos recursos

Contrabando dos recursos florestais – A exploração e contrabando dos recursos florestais, praticado nos últimos seis meses na província central de Manica, resultam em sete casos criminais encaminhados a Procuradoria-Geral da República de Moçambique.

Os casos foram registados nos distritos de Macossa, Gondola e Macate que são umas das circunscrições com maiores áreas florestais ao nível da província de Manica.

Manica possui 78 operadores legais de recursos florestais, dos quais 64 com licenças simples e 14 concessionários, mas há um aparente galope do nível de contrabando e exploração de madeira nos últimos tempos, facto que demanda maior fiscalização pelas autoridades competentes.

Para além de exploração e contrabando ilegal da madeira, há operadores legais que praticam a actividades em parques nacionais, reservas, coutadas ou ainda em zonas tampões, áreas não admitidas para esta actividade por serem consideradas de conservação da biodiversidade.

Segundo o delegado da Agencia Nacional (AQUA) para o controlo de qualidade do ambiente em Manica, Fidel Nobre, a situação torna-se preocupante na medida em que não há reposição dos recursos florestais depois de abater.

“Na verdade, existem esses vou chamar de furtivos. É uma preocupação nossa como entidade de fiscalização para que não haja ou existam ilegais, é um trabalho que temos vindo a fazer a partir de denúncia das comunidades, na verdade proliferam e devastam as florestas”, disse Fidel Nobre.

Por seu turno alguns operadores de recursos florestais em Manica denunciam a desorganização por parte do governo por não estabelecer licenças com limites exactos para explorar, facto que levam aos mesmos a trabalhar mesmo nas áreas de conservação da biodiversidade.

A província de Manica conta actualmente com um Sistema de Informação Florestal (SIF), uma plataforma digital que tem em vista a monitoria, planeamento e Maneio dos recursos florestais.

Em entrevista ao jornal Redactor, Lourenço Nhaguto, operador florestal no distrito de Macossa, diz que este sistema vai ajudar a controlar os recursos florestais, para eliminar os chamados furtivos.

“Temos tido muitos problemas com operadores ilegais, mas com este processo acredito que os furtivos como costumamos chamar, serão bem identificados, e também, nós legais como colegas, as vezes falhamos, uns entram na área de outro, acredito que isso vai ser benéfico para nós”, disse Lourenço Nhaguto.

Outra operadora florestal, é Celina Benjamim, que opera no distrito de Machaze, considera positiva a implantação deste sistema digital, pois, “temos constatado muitos problemas nas nossas áreas, muito mais os furtivos”, afirma.

As vias de acesso constituem um problema dos operadores florestais para escoar produtos das suas áreas. Até então os distritos de Macate, Machaze e Macossa continuam com estradas terraplanadas, uma vez que possuem maiores áreas com recursos florestais. (Contrabando dos recursos florestais)

KELLY MWENDA, nosso correspondente em Manica

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