Governar não é seviciar

Governar não é seviciar – A Frelimo, partido (e não a Frente), está assaltada por indivíduos movidos por interesses e não princípios.

A Frelimo, partido, com os mafiosos, interesseiros e bajuladores em evidência, está distanciada das massas e deixou estas se apaixonar por outras forças, aquelas que hoje encarnam a maioria marginalizada.

Chegado a este estágio, nada mais resta à Frelimo, partido, senão usar meios pouco ortodoxos, muito menos populares, para se manter no poder, para o arrepio de muitos.

Essas práticas são basicamente fomentadas e patrocinadas por essas cliques estranhas à Frelimo genuína.

Alguém que ainda acredita que o partido Frelimo é e/ou serve a maioria dos moçambicanos já parou para apreciar algumas das fotos dos que hoje se dizem militantes deste partido?

São essas pessoas que instigam e defendem que aqueles elementos outrora vistos como aliados do povo (Forças de Defesa e Segurança) hoje devem reprimir os cidadãos descamisados, sob os mais variados pretextos, alargando, assim, cada vez mais, o foço entre o partido libertador e o cidadão comum.

Mas, na verdade, governar não é seviciar ou amedrontar, nem deve ser.

Meios de repressão topo de gama num país com numerosas carências na esfera social
Meios de repressão topo de gama num país com numerosas carências na esfera social

O que se pode esperar de um povo permanentemente ameaçado, assustado, que viaja pior que gado para abate, sob a alegação de falta de recursos para aquisição de transporte condigno, e, quando, por motivos até mais que mesquinhos, os agentes de repressão se fazem à rua, o fazem em meios topo de gama?

E a arrogância de muitos, os “meninos” exibindo luxúria enquanto os seus contemporâneos chafurdam na miséria, os sucessivos aumentos das diversas taxas sem ter em conta o que se paga como salário (quando se paga)…

Essas são algumas das causas da queda vertiginosa da popularidade da Frelimo – por que são muitas -, na sua maioria influenciadas por malandros que no dia em que, por outras mais graves, for afastada do poder – se se mantiver o sistema democrático, no dia em que se realizarem eleições limpinhas, de verdade, isso é muito provável – esses malandros, dizia eu, serão os primeiros a se escapulir do “barco” da Frelimo como ratos assustados.

Efectivamente, a oposição apenas não logra o poder em parte por culpa própria, tirando a desproporcionalidade de meus multifacetados entre ela e o partido Frelimo.

Muitos cidadãos notam o desdém com que o povo é tratado pela maioria dos que se hoje ocupam lugares de proa na Frelimo. Há (i)responsáveis da Frelimo que mesmo em tempo das chamadas campanhas eleitorais, ao invés de apelar, ordenam ao cidadão determinadas condutas, esquecendo que hoje estamos num sistema político multichoice, pelo menos nominalmente.

Algumas das culpas que tramam a oposição:

– Desunião

– Excesso de confiança

– Alguma teatralidade

Mas, a avaliar pelos resultados das 53 autarquias que no dia 10 deste Outubro foram a votos, não restam dúvidas que a maioria dos moçambicanos está hoje do lado da oposição e não da Frelimo, o que não é mau, porque os partidos da oposição são, também, de e para os moçambicanos.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 19 de Outubro de 2018 na rubrica semanal TIKU 15!

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