Matola: de mal a pior

Fez esta segunda-feira 52 anos após a sua elevação à categoria de cidade e já conheceu dias melhores, mas actualmente a situação daquela autarquia vai de mal a pior e recordam-se, com alguma nostalgia, da gestão de Carlos Tembe.

No dia da festa da cidade visitámos alguns bairros e fomos nos deparar com uma infindável lista de lamúrias dos residentes locais.

No bairro da Liberdade, alguns residentes alimentam algum saudosismo ─ clamam pelos tempos em que a zona era conhecida por Silva Cunha ─, ignorando que o tempo apenas avança e nunca recua. “Isto era um bairro chique”, comenta o velho Albano Macassa.

“Tínhamos estradas pavimentadas, segurança e ruas devidamente iluminadas. Agora é só decadência e a tendência é de piorar”. Este é um discurso comum entre moradores da Matola, que celebrou nesta segunda-feira (5), 52 anos de elevação à categoria de cidade.

Sem saber ainda o que o futuro lhes reserva ─ a partir desta quarta-feira terá um novo timoneiro ─, mas sem optimismo nenhum, os moradores da cidade mostram-se agastados com o cenário que se vive naquela urbe, problemas recorrentes na recolha de lixo, escoamento de águas e vias de acesso, tornam ainda menor a fé em melhoras dos munícipes daquela parcela do país.

“Há um ano tivemos reuniões com os dirigentes do bairro e com o município para amenizar a situação do lixo, pedimos que pelo menos duas vezes por semana viessem recolher o lixo porta-a-porta ou que no mínimo deixassem um contentor, anuíram, foram-se e nunca mais voltaram e a situação que se vê agora é esta: lixo em todo lado” comentou Hélio, um morador do bairro Bunhiça.

“Temos saudades do tempo do Carlos Tembe, estávamos à espera de continuidade e de crescimento, mas quando os outros vieram apenas discursos e mais discursos e obra que é boa zero”, desabafo de Felicidade Vilanculos, moradora do bairro Mastrong.

Importa recordar que, em 2020, aquando da festa dos 48 anos da urbe, o autarca CalistoCossa disse em entrevista que eram necessários cerca de 400 milhões de meticais para resolver os problemas do lixo e das vias de acesso da urbe, contudo em 2023 optou por “investir” 500 milhões num software de gestão municipal que ainda não trouxe resultados impactantes ao vulgar munícipe, mas os buracos e a imundície campeiam na antiga Vila Salazar.

STÉLVIO MARTINS

Este artigo foi publicado intitulado “Matola: de mal a pior ” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 05 de Fevereiro de 2024, na rubrica OPINIÃO.

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